De acordo com informações divulgadas na manhã desta segunda-feira (24) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na última semana, o preço médio do litro da gasolina comum subiu pela segunda semana consecutiva. Em algumas cidades o valor máximo ultrapassa a casa dos R$ 7,20 por litro.
Esse levantamento é divulgado semanalmente pela ANP, e o dessa segunda é referente ao período de 16 a 22 de janeiro. Foram consultados pela pesquisa cerca de 4,8 mil postos de gasolina espalhados por todo o país.
Entretanto, o valor médio do litro da gasolina varia muito entre os estados brasileiros, sendo o Rio de Janeiro e Goiás os que têm a gasolina comum mais cara do país. O valor máximo encontrado é de R $7,202 no estado carioca, seguido por Goiás (R$ 7,145), Rio Grande do Norte (R$ 7,074) e Acre (R$ 7,060).
Uma explicação para a alta dos preços, foi o anúncio feito pela Petrobras, no último dia 11, de que faria um reajuste no preço dos combustíveis para as distribuidoras. Depois de 77 dias sem aumentos, a estatal estabeleceu o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras de R$ 3,09 para R$ 3,24 por litro, alta de 4,85%.
Para o governo, uma possível solução para os preços alarmantes dos combustíveis seria a privatização da Petrobras. Sobre isso, Bolsonaro confirmou que tem conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o futuro da empresa energética e a opção de privatização, hipótese que ele admitiu ser “complicada.”
Ainda sobre a privatização da empresa, Bolsonaro afirmou que o processo “não é só botar na prateleira” e alfinetou a “burocracia” envolvendo a aprovação da privatização completa de estatais, afirmando que teria “privatizado muito mais” se não fosse necessária a aprovação da Câmara dos Deputados.
Além disso, Jair Bolsonaro voltou a criticar o cálculo do ICMS e o “beneficiamento” dos estados com o aumento do combustível. “A forma de calcular o ICMS é injusta. O ganho de governadores, toda vez que há reajuste no combustível, é muito grande”, afirmou.
O Presidente disse que, como alternativa, segue negociando com o Congresso para fazer com que cada um dos 26 Estados brasileiros fixem um valor nominal para o ICMS, imposto incidente sobre o produto.
“A gente busca na Câmara um PL para que o ICMS tenha um valor nominal, não percentual, fixo para todo o Brasil. Como as negociações não avançaram, pedimos que o Congresso faça com que cada Estado fixe nominalmente o valor de seu ICMS. Assim cada Estado teria, como tem atualmente, a liberdade de fixar um percentual”, completou.
Bolsonaro tem procurado formas de agradar os caminhoneiros, categoria que o ajudou a se eleger em 2018 e que exerce constante pressão sobre o governo. O Presidente já havia prometido, em 2021, reduzir os impostos sobre os combustíveis, especialmente o diesel, que é o mais utilizado em caminhões, o que não aconteceu.
Pelo contrário, assim como a gasolina, o diesel comum sofreu um aumento consecutivo nas últimas semanas. O presidente já chegou a dizer que, caso a PEC seja aprovada, vai “zerar” o imposto final sobre o diesel no país.