Futuro Ministro da Previdência comenta desafios sobe o INSS

Futuro Ministro da Previdência diz que cenário do INSS é de “terra arrasada”

Em entrevista à Folha de São Paulo, Carlos Lupi (PDT) disse que o cenário da previdência do Brasil é de “terra arrasada”

Na manhã desta quinta-feira (29), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que o presidente do PDT, Carlos Lupi, será o seu Ministro da Previdência. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ainda antes da nomeação oficial, Lupi chegou a indicar quais seriam os desafios do seu cargo.

O futuro Ministro chegou a dizer que o cenário atual é de “terra arrasada”. Ele indicou que os três principais focos agora estão na diminuição da fila de espera, que já atinge mais de 1 milhão de brasileiros, no aumento de servidores atuando no INSS e também na elevação de recursos para o Instituto Nacional do Seguro Social.

A recomposição orçamentária, no entanto, já parece ter sido um problema resolvido. Na última semana, o Congresso Nacional aprovou o novo plano de orçamento para o ano de 2023. O documento estabelece um aumento no orçamento para todos os ministérios do novo governo, incluindo o Ministério da Previdência.

O aumento no número de servidores ainda não está definido. Nos últimos anos, diferentes presidentes do INSS chegaram a criticar publicamente a falta de trabalhadores, que poderia estar atrasando ainda mais as análises de solicitações e provocando a manutenção da fila de espera. Uma saída ventilada pelo novo governo poderia ser a realização de concursos públicos.

A questão da fila de espera parece ser mesmo o grande desafio do futuro ministro da previdência. Nos últimos quatro anos, ministros prometeram acabar com a lista apresentando soluções rápidas. Contudo, o fato é que o governo Bolsonaro chega ao fim com a fila atingindo mais de 1,1 milhão de brasileiros.

Previdência Social

“Vamos precisar de recursos para atualizar todo o sistema de informação. A cada dia você tem evolução nessa parte. Temos que cada vez mais trabalhar na informatização, em um sistema integrado com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal”, disse Lupi.

“Hoje qualquer cidadão consegue fazer tudo pelo telefone, por que não fazer tudo no [aplicativo] Meu INSS? Algo que otimize. Para os mais idosos, podemos pedir para que netos e filhos ajudem. Transparência e informatização são prioridades”, afirma o presidente do PDT.

Na entrevista, Lupi também criticou os economistas que são contrários ao aumento de gastos com previdência social.

“Na verdade, foram eles que construíram o próprio Estado. Nesse discurso, nunca calculam a média dos ganhos dessas pessoas. Cerca de 70% deles recebem até três salários mínimos. Quase 50%, apenas um salário mínimo. O rendimento é muito baixo. Sabemos que eles recebem muito menos do que deveriam e mereciam. Mas não adianta falar agora que o Estado vai fazer alguma coisa e depois não ter condição de pagar”, disse ele.

Carlos Lupi

Carlos Lupi é natural de Campinas, em São Paulo. Ele é professor e presidente do PDT, além de vice-presidente da Organização Internacional Socialista. Lupi foi ainda Ministro do Trabalho nos governos anteriores de Lula e de Dilma Rousseff.

Nos últimos anos, chegou a adotar uma postura de crítica ao PT, e bancou a candidatura de Ciro Gomes (PDT) à presidência da república nas eleições deste ano. No segundo turno, esteve no palanque de Lula.

Em sua carreira política, Lupi acumula os cargos de deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro, secretário de transportes da prefeitura do Rio e secretário de governo do estado do Rio.

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