Desde o final do ano de 2021, o valor do Auxílio Brasil registrou um aumento para além do que os especialistas esperavam. O presidente Jair Bolsonaro decidiu elevar os valores do programa de uma média de R$ 220 para um patamar mínimo de R$ 400. Todavia, alguns atores políticos acreditam que mesmo com o aumento, o chefe de estado não conseguirá a reeleição.
É o caso do ex-governador do estado do Maranhão, Flávio Dino (PSB). Segundo ele, o aumento do Auxílio Brasil pode ajudar Bolsonaro a ganhar mais alguns pontos percentuais em regiões mais afetadas pela pobreza. Entretanto, o socialista disse também que não crê que a prática seja suficiente para garantir uma reeleição.
“O aumento para R$ 400 já foi assimilado e ele conseguiu melhorar um pouco a posição dele no Nordeste, sobretudo por isso, mas ele dá com uma mão e tira com a outra. O povo sente o preço da comida, da gasolina”, disse Dino em entrevista para a jornalista Carla Araújo, do jornal Folha de São Paulo.
A última pesquisa Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira (11), mostra que Bolsonaro teve uma queda de intenção de votos entre os usuários que recebem o Auxílio Brasil. Em abril, o índice de aprovação do governo dentro deste grupo era de 23% e em maio, a mesma taxa caiu para 19%.
Oficialmente, o Governo Federal não respondeu as declarações do ex-governador do Maranhão. No entanto, membros do Planalto vem dizendo que o aumento do Auxílio Brasil não tem relação com interesses eleitorais. Além disso, o próprio presidente Jair Bolsonaro também costuma criticar os institutos de pesquisas, como o citado aqui neste artigo.
Até o último mês de outubro do ano passado, pouco mais de 14 milhões de brasileiros recebiam o programa Bolsa Família, criado ainda nos anos do ex-presidente Lula (PT). Em 2021, o projeto pagava uma média de R$ 189 por pessoa.
O plano inicial do Governo Federal era substituir o Bolsa Família pelo Auxílio Brasil. O novo programa pagaria um valor mínimo de R$ 300 por pessoa. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro decidiu subir ainda mais o patamar.
Ainda em dezembro do ano passado, o chefe de Estado assinou uma Medida Provisória (MP) onde apontava que todos os usuários do novo programa social deveriam receber, ao menos, R$ 400. A proposta irritou alguns setores do Ministério da Economia.
Na ocasião, ao menos 10 membros da pasta pediram demissão. Não foi o caso do Ministro da Economia, Paulo Guedes, que segue no comando do Ministério mesmo com o aumento, que ele mesmo dizia ser contra até o final do ano passado.
Hoje, o Auxílio Brasil segue pagando ao menos R$ 400 para todos os usuários do programa. Inicialmente a intenção era pagar o patamar mínimo apenas até o final deste ano de 2022, ou seja, até pouco depois das eleições presidenciais, que acontecem em outubro.
No entanto, recentemente o Congresso Nacional aprovou a MP que transforma a regra de pagamentos mínimos em algo permanente. Assim, as pessoas poderão receber o Auxílio de R$ 400 para além do final deste ano. O presidente Jair Bolsonaro ainda precisa sancionar o texto.