Economia

Fim de Semana começa com novo preço da Gasolina e brasileiros ficam assustados

Os motoristas do Brasil voltaram a enfrentar algumas dificuldades para abastecer o tanque de combustível dos seus veículos. A gasolina e o etanol estão iniciando o fim de semana com preços mais elevados nas bombas, pesando de maneira mais intensa no bolso do consumidor.

O dia 1º de junho ficou marcado por uma grande mudança na cobrança do ICMS sobre a gasolina no Brasil. Anteriormente, os estados definiam a porcentagem do imposto, com a taxa variando entre 17% e 23%, a depender do local.

No entanto, o ICMS passou a cobrar uma alíquota fixa em todo o país. Aliás, a definição da taxa é mais em percentual, mas passou a ser em reais. Em resumo, o imposto único de R$ 1,22 por litro de gasolina começou a valer em todo o território nacional na última quinta-feira (1º).

Cabe salientar que o ICMS é um imposto estadual. Por isso, cada estado determinava qual seria a alíquota do tributo. Aliás, mesmo com a unificação do valor em todo o país, o imposto continua estadual. Em outras palavras, a arrecadação do tributo permanece seguindo para as unidades federativas (UFs).

Essa volta do ICMS foi muito ruim para os consumidores, pois o preço dos combustíveis ficou mais alto nas bombas. A saber, o ICMS vem embutido no valor de revenda dos combustíveis, e a nova alíquota encareceu o combustível na maioria dos estados brasileiros.

Impacto da nova alíquota do ICMS por estado

Como cada estado definia a alíquota do ICMS a ser cobrada sobre a gasolina, a unificação da taxa não resultará em uma única variação em todo país. Isso quer dizer que alguns poucos motoristas poderão aproveitar a redução do valor do combustível, mas a maioria sofrerá com preços mais altos.

De acordo com cálculos realizados pela Leggio Consultoria, especializada em petróleo, gás e energia renovável, a gasolina deverá ficar mais cara na maioria dos estados do país. Em síntese, isso acontecerá porque boa parte dos estados cobra um ICMS menor do que a nova taxa, que passará a valer nesta quinta-feira (1º).

A expectativa é que o preço da gasolina só recue em três estados: Alagoas, Amazonas e Piauí. Nestes locais, a alíquota do ICMS cobrada superava R$ 1,22, ou seja, a unificação do tributo reduziu o seu valor. Em contrapartida, o preço médio de revenda da gasolina deverá subir nas demais UFs, já que elas cobravam um imposto menor que R$ 1,22.

Confira o reajuste nos valores da gasolina projetado pela Leggio Consultoria:

  • Mato Grosso do Sul: 5,8%;
  • Rio Grande do Sul: 5,7%;
  • Amapá: 5,6%;
  • Goiás: 5,5%;
  • Mato Grosso: 5,2%;
  • Paraíba: 5,1%;
  • Pernambuco: 5,0%;
  • Santa Catarina: 5,0%;
  • São Paulo: 5,0%;
  • Espírito Santo: 4,8%;
  • Minas Gerais: 4,7%;
  • Paraná: 4,1%;
  • Rio de Janeiro: 3,8%;
  • Distrito Federal: 3,7%;
  • Sergipe: 3,4%;
  • Rondônia: 3,0%;
  • Roraima: 2,8%;
  • Pará: 2,6%;
  • Maranhão: 2,4%;
  • Bahia: 1,4%;
  • Ceará: 1,2%;
  • Tocantins: 0,9%;
  • Acre: 0,6%;
  • Rio Grande do Norte: 0,3%;
  • Alagoas: -0,6%;
  • Amazonas: -1,7%;
  • Piauí: -2,2%.

Preço da gasolina no país

Na semana passada, a gasolina ficou 3,66% mais barata nos postos do país. Isso representou uma queda de 20 centavos em relação a semana anterior, com o preço médio do combustível caindo de R$ 5,46 para R$ 5,26 no país.

Essa forte queda aconteceu graças à mudança anunciada pela Petrobras sobre a sua política para definição dos reajustes nos preços dos combustíveis. Em suma, a companhia decretou o fim da política de preço de paridade de importação (PPI), que tinha as variações do petróleo e do dólar como principais fatores para os reajustes dos preços dos combustíveis.

Com o fim do PPI, a Petrobras passou a adotar uma nova política, que também leva em consideração fatores internos. Assim, os consumidores do Brasil não irão sofrer com a alta volatilidade dos preços, uma vez que os reajustes da companhia aconteciam conforme as oscilações dos valores do barril de petróleo e da cotação do dólar no mercado externo.

O anúncio da nova política de preços não foi a única novidade da Petrobras. A companhia também reduziu em 12,6% o preço da gasolina vendida para as distribuidoras.

Tudo isso ajudou a reduzir o preço da gasolina pelo país. Contudo, a expectativa é que os valores do combustível voltem a subir nas bombas. Estimativas indicam que o consumidor final só não deverá sentir o encarecimento da gasolina se a Petrobras reduzir em mais 14% o valor do combustível para as distribuidoras.

A propósito, não há qualquer anúncio oficial sobre uma redução dessa magnitude no país. No entanto, os motoristas continuam com esperanças em relação a um novo reajuste promovido pela Petrobras. De todo modo, resta aguardar para saber se isso realmente acontecerá.