A pandemia aumentou a desigualdade em vários países do mundo e o Brasil foi um dos mais afetados, pelo menos segundo o estudo que foi realizado pela equipe de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas.
Os dados foram comparados com o antes e depois da pandemia, destacando que a deterioração no Brasil foi mais alta, sobretudo com a população de renda baixa. Dia pós dia a pandemia afetou praticamente todos os países do mundo, porém no Brasil ainda mais, sobretudo pela má administração pública da saúde e conflitos políticos.
Na pesquisa, alguns itens de satisfação foram apontados, como a satisfação dos mais pobres que caiu 22%, contra 2,38% no mundo. O tempo médio de estudo da população mais pobre caiu para apenas 2 horas e 18 minutos, sendo que o normal é de pelo menos 4 horas.
No comparativo principalmente com os países desenvolvidos, as escolas no Brasil ficaram mais tempo fechadas, sem contar que muitas crianças não estudaram durante o período que estiveram em casa, muitos por falta de Internet, computador ou um dispositivo móvel.
O resultado que talvez melhor mostre o grau de satisfação dos brasileiros no comparativo com os outros países, foi a saúde. Por aqui, a satisfação caiu 10,5% durante a pandemia, contra uma alta de 2,28% na média dos outros países. A situação se inverte na comparação dos mais ricos, que subiu quase como em outros países: 0.5% no Brasil e 0,8% lá fora.
Outro ponto que comprova a má gestão do Governo Federal durante a pandemia, são as políticas ambientais, apresentando uma piora em todas as faixas de renda, enquanto que a percepção aumentou positivamente nos outros cantos do mundo.
É fato que a pandemia deixou marcas sociais muito fortes. A desigualdade estava diminuindo na maior parte dos países, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos indivíduos em geral, além da educação, que apesar das suas falhas, estava evoluindo.
Uma das maiores consequências no futuro será a falta de escolarização, pois em 2020, o Brasil registrou o menor número de matrículas escolares e isso terá consequência na produtividade dos trabalhadores no futuro.
O PIB Per Capita caiu para um patamar de 2011, além da desvalorização de 40% do real em comparação ao dólar apenas em 2020. Em 2021 a desvalorização segue e a inflação dos últimos 12 meses é de 10,25%, prejudicando principalmente os mais pobres, que viram o preço dos alimentos disparar.
Já sobre a questão ambiental, o maior efeito é sentido na exportação. Quando não existem políticas rígidas, os investidores deixam de confiar no país e a moeda acaba perdendo valor. Recentemente também tivemos os escândalos envolvendo membros do Governo a offshores instaladas em paraísos fiscais, tudo isso em um período onde boa parte dos mais ricos lucram no país e os mais pobres sofrem com o aumento da desigualdade.