O Índice de Confiança de Serviços (ICS) é uma métrica sensível que reflete a saúde e a confiança do setor de serviços na economia brasileira. No entanto, é importante entender que essa métrica não é influenciada por um único fator, mas sim por uma série de variáveis econômicas e sociais que se entrelaçam para moldar sua trajetória.
No cenário econômico atual, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) é uma métrica crucial para entendermos as perspectivas do setor de serviços no Brasil.
Recentemente, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou dados que revelam uma segunda queda consecutiva no ICS, que recuou 0,5 ponto em setembro, atingindo 96,9 pontos no comparativo mensal com ajuste sazonal. Além disso, o critério de médias móveis trimestrais mostrou um leve aumento de 0,1 ponto.
Para compreender melhor esse cenário, conversamos com Stéfano Pacini, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV). Em suma, ele enfatiza que o resultado de setembro pode ser interpretado como uma fase de “acomodação” após um período de crescimento ao longo do ano.
No entanto, ele destaca que a situação atual reflete condições de negócios mais favoráveis em comparação com meses anteriores e uma demanda que está se recuperando gradualmente, evidenciando a resiliência do setor.
Pacini também aponta para o desafio que o setor de serviços enfrentará nos próximos meses. Apesar dos sinais positivos no ambiente macroeconômico, a maioria dos segmentos ainda mantém uma postura cautelosa em relação às expectativas.
No entanto, ele ressalta que a perspectiva de melhoria nos indicadores macroeconômicos pode ter um impacto positivo no final do ano, especialmente nos serviços prestados às famílias.
Além do ICS, a FGV também avaliou o Índice de Situação Atual (ISA-S), que apresentou um aumento de 0,6 ponto em setembro, atingindo 99,1 pontos.
Em suma, isso ocorreu mesmo com uma leve queda de 0,1 ponto no componente de volume de demanda, que atingiu 98,6 pontos. Desse modo, o destaque foi a melhoria na situação atual dos negócios, que cresceu 1,3 ponto, alcançando 99,6 pontos, o maior nível desde outubro do ano passado.
Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE-S) registrou uma queda de 1,6 ponto, chegando a 94,7 pontos em setembro. Essa queda foi influenciada pela expectativa de demanda nos próximos três meses, que diminuiu 1,9 ponto, atingindo 94,9 pontos, e pela tendência dos negócios nos próximos seis meses, que teve uma queda de 1,3 ponto, alcançando 94,5 pontos.
A demanda do consumidor é um dos principais motores do setor de serviços. Em suma, quando os consumidores estão confiantes em gastar e consumir serviços, isso impulsiona a confiança dos empresários no setor. Por outro lado, em tempos de incerteza econômica ou redução do poder de compra dos consumidores, a confiança pode diminuir.
A FGV observa que o terceiro trimestre de 2023 reforçou a tendência de recuperação na confiança dos empresários do setor de serviços. Houve um aumento significativo de 3,5 pontos em relação ao trimestre anterior.
Em suma, isso se deve a melhorias tanto na avaliação da situação atual quanto nas expectativas, confirmando a resiliência do setor de serviços ao longo do ano.
Em resumo, o Índice de Confiança de Serviços apresentou uma queda em setembro, refletindo uma fase de “acomodação” após um período de crescimento.
No entanto, o setor de serviços mantém sua resiliência e há sinais de melhoria no ambiente macroeconômico que podem influenciar positivamente o final do ano. Contudo, é importante continuar monitorando esses indicadores para compreender a evolução do setor de serviços no Brasil.