Falhas no ensino a distância durante a quarentena evidenciam má qualidade da educação que vem sendo ofertada aos estudantes brasileiros.
Há diversos fatores que influenciam negativamente na qualidade do ensino realizado remotamente nos últimos três meses no Brasil, falaremos a seguir sobre alguns deles.
Imposição abrupta
O contexto abrupto de implementação de atividades a distância é o principal fator para a fragilidade do processo de ensino aprendizagem atualmente. Com a suspensão das aulas presenciais em março, em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus, as escolas e as instituições de ensino superior passaram a adotar as atividades remotas para dar continuidade ao ano letivo.
Contudo, os profissionais da educação, em sua maioria, não foram preparados para a Educação a Distância (EaD). Desse modo, por não possuírem formação adequada, os professores não dispõem de ferramentas pedagógicas adequadas ao novo formato de ensino.
Além dos educadores seguirem sem preparo, os estudantes também não tiveram tempo para se adaptar ao novo formato, especialmente os estudantes do ensino básico.
Dificuldades intrínsecas
Há dificuldades específicas para dar aulas por meio de videoconferências para alunos da educação básica. Entre elas está o fato que as escolas primárias, de ensino fundamental e médio normalmente não possuem plataformas para um sistema de aulas on-line, como é o caso de muitas faculdades particulares.
Por outro lado, estudos sobre a Ead já evidenciaram que esse formato de aprendizado em ambiente virtual não é ideal para as crianças e adolescentes, que apresentam dificuldades de aprender sozinhos.
Ainda nesse sentido, pesquisa realizada pelo Instituto Península revelou que cerca de 83% dos professores brasileiros não se sentem qualificados para atuar na EaD.
Reprodução dos equívocos do ensino tradicional
As falhas no ensino a distância ainda são perpassadas pela reprodução de equívocos comumente cometidos no formato tradicional da educação, nas aulas presenciais. Muitos professores seguem, por exemplo, com aulas expositivas que não abrem espaço para a interação por parte do aluno.
Nesse mesmo sentido, a preocupação com os conteúdos contidos nas ementas dos cursos foi transportada para o ensino remoto, não dando tempo ao aluno a aprender realmente ou a pôr em prática o que aprendeu.
Desse modo, ficam registrados com a experiência em decorrência da pandemia, um conjunto de problemas que devem ser repensados e solucionados se houver a intenção de tornar o ensino remoto uma realidade no Brasil futuramente.
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