Diante da pandemia do coronavírus, mais de 14 milhões de família vivem em extrema pobreza no Brasil, de acordo com último balanço divulgado pelo Ministério da Cidadania.
Os dados foram contabilizados através do Cadastro Único, requisito para ter acesso a programas sociais no país, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Isso significa que em outubro, de acordo com dados mais recentes divulgados, 39,99 milhões de pessoas viviam com renda per capita de até R$ 89 no Brasil.
Ou seja, em uma família de dois integrantes, por exemplo, a renda da casa é R$ 178. Já um casal, com três filhos, por exemplo, a renda não ultrapassa R$445 ( menos do que a metade de um salário mínimo).
Os dados ainda revelaram um cenário recorde: o número de famílias em extrema pobreza em outubro é o maior desde dezembro de 2014. Em outubro de 2020, havia 14.058.673 famílias nesta situação, contra 14.095.333 registrados no final de 2014.
Outros números:
- No total 2.877.099 famílias estavam em situação de pobreza, ou seja, com renda per capita de R$ 89,01 a R$ 178. Este é o maior número registrado desde de janeiro de 2020 onde 2.860.560 famílias estavam neste situação.
- O número de pessoas em situação de extrema pobreza equivale a 47% das famílias inscritas no Cadastro Único do Governo Federal.
Confira o número de inscritos por faixas de renda per capita:
- Renda per capita de R$ 0,00 até R$ 89,00: 14.058.673 famílias (47%)
- Renda per capita de R$ 89,01 até R$ 178,00: 2.877.099 famílias (10%)
- Renda per capita de R$ 178,01 até 1/2 salário mínimo (R$ 522,50): 6.265.934 famílias (21%)
- Renda per capita acima de 1/2 salário mínimo (R$ 522,50): 6.532.908 famílias (22%)
O que é o Cadastro Único?
O Cadastro Único reúne informações de pessoas situação de pobreza a extrema pobreza, além de famílias de baixa renda. A faixa salarial vai até 3 mínimos de renda mensal total.
As informações são utilizadas para controle do governo federal, munícipios, Estados para garantir políticas públicas, entre elas o Bolsa Família.
Auxílio Emergencial
Ao todo, até o último dia 28, o programa do Auxílio Emergencial pagou R$ 291,8 bilhões a 67,9 milhões de beneficiários. Os dados fazem parte de balanço da Caixa.
Ainda um total de 12,4 milhões pessoas cadastradas no Bolsa Família migraram para receber o Auxílio Emergencial, representando 95% das famílias cadastradas anteriormente no programa.
Mesmo assim, isso não foi suficiente para retirar os brasileiros da miséria. Desempregados e trabalhadores autônomos também puderam solicitar o benefício desde que dentro da faixa de renda estipulada.
Os valores pagos a essas famílias chegaram a R$ 1200 para mães chefes da família nos primeiros 5 meses e R$ 600 nas outras 4 parcelas. Para quem não estava dentro deste perfil, pode receber de R$ 300 a R$ 600.
Se os resultados já eram negativos em outubro, a tendência é que piorem com o fim do Auxílio Emergencial.