Exemplos de coesão referencial em frases
A coesão referencial está relacionada a textos dissertativos e também à questões objetivas. Funciona como um substituto de termos nas frases, períodos, orações ou textos com o intuito de facilitar o entendimento na captação da mensagem sem utilizar repetições desnecessárias que podem ferir estilisticamente uma narrativa.
A coesão referencial é responsável por um tipo de caminho linguístico que integra a relação entre palavras e frases. Em complemento, também é possível notar sua presença em expressões que são formadas de outros elementos da língua portuguesa como: Figuras de Linguagem e Figuras de Sintaxe.
Elipse, anáforas, catáforas, contiguidades e reiterações são apenas alguns dos exemplos em que a coesão referencial é utilizada.
Exemplos de coesão referencial em frases
É comum que a coesão referencial seja feita com o uso de pronomes, porém a utilização de substantivos que trocam o termo sem perder o sentido da frase, como sinônimos e outras construções, também são realizadas com o objetivo de apresentar uma coesão textual.
A coesão referencial existe principalmente para evitar o uso de repetição nas orações.
Exemplos:
– Vitória chorou. Ela não gosta de ser contrariada.
Nesse caso, Vitória é o termo referente na oração. A cada vez que for preciso retomar esta palavra, pode-se usar termos parecidos ou sinônimos como o pronome “ela”, ou “a garota” ou outras opções desde que haja sentido.
– Fábio foi morar no País de Gales. O irmão de Camila realizou seu grande sonho. (Fábio e O irmão de Camila se referem ao mesmo termo).
– O chefe se demitiu em pouco tempo de serviço. O líder não aguentou a pressão. (Chefe e líder se referem ao mesmo termo).
– Meu namorado ganhou um prêmio. Sempre acreditei que Matheus seria um ator de sucesso. (Meu namorado e Matheus se referem ao mesmo termo).
Outra possibilidade:
– “Casimiro de Abreu viveu no século XIX. O autor de As Primaveras é um dos maiores autores brasileiros.”
No caso acima, Casimiro de Abreu e O autor de As Primaveras são correferentes, isso significa que:
- As duas expressões remetem para a mesma situação, possuem o mesmo referente (um autor);
- Nenhuma das duas depende da outra para que o referente (o escritor) seja identificado: quando é falado do autor de As primaveras, facilmente se entende que trata-se de Casimiro de Abreu (desde que se tenha o conhecimento de sua obra e autoria em apresentação).
Figuras de sintaxe e coesão referencial
A coesão referencial é responsável por um método que confere e integra a relação entre as palavras e frases. Porém, nas Figuras de Sintaxe ou figuras de construção esses elementos predominam. Pode ocorrer coesão referencial em elipses, anáforas, catáforas, contiguidades e reiterações.
Exemplo de caso em que o referente que foi retomado na oração: O coelho dormiu. Ele fica cansado quando rói muito os móveis, mas é um roedor muito dócil.
– Anáfora: acontece quando palavras já referidas no texto são retomadas.
Ex.: Flávio dormia muito. Ele sempre gostava de descansar antes de sair para o trabalho. (O pronome “ele” retoma o substantivo próprio “Flávio”).
A anáfora pode ser dividida em nominal, adverbial, verbal e pronominal.
Nominal ou associativa
A escola que estudei no Rio de Janeiro tinha salas de aula amplas, que se confundiam com as cores de um mural bonito que combinava bastante com o estilo do pátio de lazer. (Escola é o termo antecedente. Os demais termos destacados não substituem o antecedente, mas se associam a ele.)
Adverbial: No alto da cobertura do prédio acontece uma construção. Há lá vários trabalhadores. (O advérbio “lá” remete para o “alto da cobertura do prédio”).
Verbal: Cláudia afirmou que vai ser artista. Disse que é seu maior desejo. (Dizer retoma o verbo afirmar).
Pronominal: Na sala de aula havia um quadro negro. Tinham-lho reformado recentemente. (O pronome “o” substituiu o quadro negro).
– Catáfora:
acontece quando o termo referente aparece depois.
Ex.: A tia olhou-o e falou: Rodrigo, parece fraco. (O pronome oblíquo “O” introduz o nome “Rodrigo”, apresentado depois na oração).
– Contiguidade:
ocorre com termos que possuem mesmo valor semântico.
Ex.: Ao decorrer em que o mar se agitava, as ondas batiam nas pedras, a espuma branca chegava na areia e as águas novamente se acalmavam.
– Substituição:
Acontece quando há utilização de uma palavra ou termo que tenha valor ou significados sinônimos no lugar de outros.
Ex.: Marcos partiu. Ele fica feliz quando vai para o aeroporto, mas é um homem muito ligado à família e aos amigos. (As palavras em negrito estão presentes para evitar a repetição de “Marcos” em tão pouco tempo nos períodos que se sequenciam).
– Reiteração ou Repetição:
Acontece quando algum termo é repetido para a construção e manutenção do sistema de referências dentro do texto.
Ex.: Brad Pitt concedeu uma entrevista para um jornalista. Pitt disse que pensa em escrever e dirigir mais filmes no próximo ano.
– Elipse:
Acontece quando se omite um termo já exposto previamente, mas percebido na oração ou texto devido ao contexto da mensagem apresentada.
Ex.: A mãe foi a primeira a chegar em casa. Abriu a porta, tomou banho, fez o almoço e esperou sua família chegar.
Ainda há outros exemplos possíveis que contribuem para a coesão de um texto, como os hiperônimos e hipônimos.
O hiperônimo acontece quando o primeiro termo possui uma totalidade e importância maior na frase que o termo que o segue.
Ex.: Gosto muito de bolo. De chocolate então, amo! (“Bolo” abrange “chocolate”).
Já o hipônimo acontece quando o segundo termo mencionado tem mais peso que o primeiro termo.
Ex.: Os sapos ficaram de olho nas moscas. Os anfíbios são predadores de mosquitos e alguns outros insetos. (“Anfíbios” abrange “sapos”).
Coesão referencial por substituição
A substituição de um termo ocorre quando uma palavra ou substantivo é retomado ou sucedido. No caso da retomada, tem-se a anáfora citada anteriormente no texto. Em caso de sucessão existe a catáfora também mencionada acima.
Confira exemplos diferentes com a temática da substituição:
– Gabriel faz exercícios todos os dias no Parque do Ibirapuera. Cláudio faz o mesmo. (Pode-se perceber uma forma pró-forma nominal)
– Paula e Renato são primos. Ambos estudam o mesmo curso na faculdade. (Pode-se perceber uma forma pró-forma numeral).