O Governo Federal anunciou nesta segunda-feira (5) a prorrogação do Auxílio Emergencial. O programa vai ganhar mais três parcelas e portanto deverá fazer os pagamentos até outubro. No entanto, algumas pessoas estão dizendo que essa medida seria insuficiente para lutar contra a pobreza neste momento.
Foi o caso, por exemplo, do Ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta. Ele usou o seu Twitter oficial para criticar o Governo. “A inflação está pesando demais no bolso dos mais pobres. A realidade é cruel. Apenas prorrogar o auxílio emergencial é amplamente insuficiente. É insuficiente para agora e é insuficiente para o futuro. Cadê as políticas de longo prazo de combate à pobreza?”, questionou ele.
De acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 39,1 milhões de pessoas estão recebendo o dinheiro do Auxílio Emergencial neste momento. Os valores variam entre R$ 150 e R$ 375 por mês. E nada disso deve mudar durante a prorrogação do benefício pelos próximos três meses.
O Governo Federal não respondeu essa crítica do Ex-ministro. No entanto, em entrevistas recentes, membros do Palácio do Planalto estão dizendo que não conseguem aumentar os valores do programa por uma questão de respeito com as contas públicas. Eles afirmam que um aumento poderia gerar um crime de responsabilidade.
De acordo com as regras da PEC Emergencial, que passou por aprovação na Câmara e no Senado, o Planalto só pode gastar até R$ 44 bilhões com esses quatro primeiros repasses do Auxílio Emergencial. Por isso, mesmo com as críticas o Governo confirma que vai continuar pagando esses valores durante a prorrogação.
Aumento no Auxílio?
Nas últimas semanas, milhares de pessoas foram às ruas para protestar, entre outras coisas, pelo aumento no valor do Auxílio Emergencial. Os manifestantes pediam, em geral, para que o Governo subisse o patamar de pagamentos para a casa dos R$ 600.
Foi justamente esse patamar de repasses que o próprio Planalto pagou durante os primeiros meses de liberações no ano passado. No entanto, naquela época o país estava sobre o período de calamidade pública instituído pelo Congresso Nacional.
Esse período de calamidade pública chegou ao fim ainda no final do ano passado. Então o Governo Federal tem que voltar a respeitar a questão do teto de gastos. Pelo menos esse é o argumento do Palácio do Planalto neste momento.
Fome no Brasil
A preocupação com a fome no Brasil não é uma exclusividade de Mandetta. Vários órgãos nacionais e internacionais estão demonstrando preocupação com a situação no país neste momento e sobretudo com o período de depois do fim do Auxílio.
O Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que é um aliado do Presidente Jair Bolsonaro, disse que o Governo vai preparar novos projetos para ajudar as pessoas mais humildes nos próximos meses.
Uma das apostas do Governo Federal neste momento é a construção no novo Bolsa Família. Eles querem reformular o programa para subir a sua média de pagamentos e ainda aumentar o número de beneficiários.