As disrupções sociais, econômicas e ambientais intensificadas pela pandemia de covid-19 estão alterando radicalmente as expectativas e os comportamentos dos cidadãos, exigindo que líderes urbanos do mundo todo criem planos de ação de preparação para o futuro. O impacto para as cidades é imediato e um estudo da Visa, realizado pela empresa de pesquisas ThoughtLab, mostra como as políticas das cidades estão sendo pensadas para este novo cenário.
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Feito para munir os políticos de cidades com um plano para o sucesso futuro, os resultados do estudo recém-lançado Building a Future-Ready City (Construindo uma cidade preparada para o futuro, em tradução livre), mostram o que significa estar preparado para o futuro e o que as cidades precisam fazer para chegar lá.
A ThoughtLab, com apoio da Visa, realizou um estudo comparativo mundial com 200 cidades e entrevistou 2 mil cidadãos em 20 cidades de diferentes partes do mundo para avaliar o alinhamento entre as estratégias das cidades e as expectativas dos cidadãos. Buscando insights qualitativos, a ThoughtLab entrevistou líderes de cidades para conhecer seus planos e fez reuniões com uma seleção global de especialistas em urbanismo.
Segundo a Visa, é preciso estar plenamente consciente da condição atual e enxergar o futuro de maneira sólida, pois isso é fundamental para o desenvolvimento otimizado e positivo de uma cidade. Por isso, é tão importante o desenvolvimento de roteiros efetivos embasados em evidências, que visam mudanças rápidas nas expectativas e no comportamento dos cidadãos.
O que é estar pronto para o futuro
Para avaliar a preparação das cidades para o futuro, o estudo investigou o progresso de cada cidade em domínios urbanos críticos, entre os quais, infraestrutura digital, transporte, vida e saúde, assim como o nível de transformação que cada cidade entendia ser necessário para atender às futuras demandas urbanas. Além dos dados informados pelas próprias cidades, os economistas da ThoughtLab utilizaram dados de fontes secundárias confiáveis para desenvolverem um inovador índice de preparação para o futuro.
Algumas das áreas essenciais apontadas pelo estudo são impulsionar a transformação digital e a inovação; construir resiliência e agilidade; usar tecnologia e dados para melhorar as tomadas de decisão; adaptar-se às necessidades de saúde e segurança dos cidadãos; construir confiança e transparência; empoderar comunidades e cidadãos; e construir conexões globais nas esferas econômica, política e comercial.
Entre os desafios apontados pelo estudo, a mudança climática é considerada o maior desafio das cidades. Além disso, é consenso entre a liderança das cidades e os cidadãos que moradias de custo acessível, a pessoa em situação de rua e saúde pública devem estar no topo das agendas urbanas.
Graças aos progressos já alcançados, as cidades preparadas para o futuro têm à frente um número menor de desafios.
Como as cidades tomarão as rédeas do seu futuro
Porém, na prática, preparar-se para o futuro não é tarefa fácil para muitas cidades. A obtenção de recursos esbarra em desafios como ROI pouco claro, falta de capacitação e restrições orçamentárias; dificuldades para encontrar os fornecedores de tecnologia certos; velocidade das mudanças tecnológicas; e aspectos políticos decorrentes de governanças complexas e mudanças na administração.
O estudo identificou os principais mecanismos usados pelas cidades para implementar suas estratégias urbanas e alcançar melhores resultados:
- Colaboração e parcerias, especialmente com instituições financeiras, universidades, empresas, startups e empresas de tecnologia, mas também com outras cidades e redes de cidades.
- Tecnologias emergentes, particularmente automação, inteligência artificial, veículos elétricos, Internet das Coisas, análise de dados, tecnologia móvel e nuvem. Dois terços das cidades prontas para o futuro citaram a importância dos gêmeos digitais para a concretização de seus planos.
- Análise de dados, com uso de mais fontes de dados e mais esforços para integrar, analisar, proteger e extrair valor dos dados. Isso inclui dados de segurança cibernética para melhorar a preparação para ataques cibernéticos.
- Diversificação dos financiamentos, em especial, financiamentos privados, empréstimos do setor público e privatização de ativos.
- Engajamento e confiança dos cidadãos, via meios de comunicação tradicionais e digitais, envolvimento dos cidadãos nas tomadas de decisão e criação de novos cargos, como o de vice-presidente de Cidadania.