Estudo detalha como cyberbullying afeta crianças brasileiras
Pesquisa da McAfee descobre que a definição e o cenário em evolução do ciberbullying colocam, mais do que nunca, as crianças em riscos maiores para ameaças mais extremas
A McAfee Corp., fornecedora de soluções antivírus, divulgou um estudo realizado com 11 mil pais e filhos sobre o cyberbullying em dez países, incluindo o Brasil. O relatório mostra como esses ataques afetam as crianças e como os adultos abordam o problema. O relatório revela várias tendências globais perturbadoras, destacando a dinâmica de mudança da vida das crianças no mundo virtual, incluindo definição, crenças e comportamentos em torno do cyberbullying.
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O primeiro ponto é que tanto os pais quanto as crianças estão mais preocupados com o tema. Quase todos os pais brasileiros (84%) disseram estar mais preocupados com o ciberbullying agora do que no ano passado, enquanto 72% das crianças brasileiras disseram o mesmo. As jovens de 10 a 14 anos foram as mais preocupadas (76%).
Os pais disseram que usam a conversa para ajudar seus filhos a lidar com o ciberbullying em 89%, além disso, 92% deles disseram que são os mais propensos a se educar sobre o tema. Já 76% das crianças disseram que falam sobre ciberbullying com seus amigos, enquanto 32% preferem esconder dos pais que sofrem ataques pela Internet. As adolescentes mulheres entre 17 e 18 anos são a faixa que mais falam sobre ciberbullying, com 81%.
Tecnologias e seu papel no combate
As crianças no Brasil disseram ter experimentado o maior cyberbullying no WhatsApp, que está entre as quatro principais plataformas mundiais de bullying. Em outros países, as crianças relataram uma taxa de apenas 38% na plataforma.
Enquanto isso, eles experimentaram taxas abaixo da média de cyberbullying nas outras plataformas com as maiores taxas globais — Facebook, Instagram e Facebook Messenger:
- Facebook – 46% no Brasil, 49% no mundo.
- Instagram – 33% no Brasil, 39% no mundo
- Facebook Messenger – 18% no Brasil, 28% em todo o mundo.
Os pais brasileiros foram os menos propensos a dizer que as empresas de tecnologia devem educar as famílias sobre ciberbullying, indicando que essa é uma questão fundamental em casa. No entanto, eles também expressaram fortes opiniões sobre as empresas de tecnologia, dizendo que elas devem assumir um papel mais forte na prevenção do cyberbullying. As ações corporativas incluem:
- Fornecimento de recursos – 56% no Brasil, 48% no mundo.
- Identificação de agressores – 70% no Brasil, 58% em todo o mundo.
- Desenvolvendo ferramentas para bloquear o ciberbullying – 80% no Brasil, 68% em todo o mundo.
Tipos de intimidações citados pelas crianças brasileiras
Apesar de as denominações soarem muito técnicas, é imprescindível que os pais brasileiros conheçam e compreendam as atitudes ofensivas que seus filhos fazem ou recebem no mundo digital. Dentre os mais citados, estão:
- Flaming (ataques pessoais)
- Outing (falar sobre a orientação sexual de alguém sem o consentimento dessa pessoa)
- Trolling (ação intencional com mensagens conflitantes)
- Doxx (publicar informações privadas ou identificar sem o consentimento de alguém)
- Apelidos
- Distribuição de rumores falsos
- Envio de imagens ou mensagens explícitas
- Perseguição com assédio e ameaças físicas
- Ser excluído de bate-papos/conversas em grupo
O que fazer quando seu filho enfrenta cyberbullying
- Recorra a especialistas – entre em contato com organizações especializadas para coletar recursos e conhecimento sobre os efeitos da saúde mental do bullying em crianças.
- Crie um ambiente de comunicação aberta e honesta – demonstre aos seus filhos que você entende que essas experiências podem acontecer online, e que você servirá como uma fonte de apoio e proteção em seu momento de necessidade.
- Educar a si mesmo e as crianças sobre o que realmente significa para cyberbullying retransmite a mensagem de que fazer uma piada às custas de outra pessoa ou xingar virtualmente são tipos de bullying.
- Tome medidas para proteger sua família conectada. Algumas soluções digitais incluem controles parentais para ajudar a proteger seus filhos contra comportamentos online inadequados, aplicativos e conteúdo e construir bons hábitos digitais.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 5 de julho de 2022, pela Empresa de Pesquisa de Mercado MSI-ACI por e-mail convidando pais de crianças de 10 a 18 anos a preencher um questionário online. No total, 11.687 pais e seus filhos completaram a pesquisa de 10 países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Austrália, Índia, Canadá, Japão, Brasil e México. Os pais foram questionados se seus filhos entre 10 e 18 anos estavam disponíveis para concluir uma pesquisa. Se sim, os pais foram convidados a completar algumas perguntas antes de entregar a pesquisa para seu filho.