Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), o cartão de crédito Nubank Gold tem o menor Custo Efetivo Total (CET) entre 72 cartões de 17 instituições financeiras no Brasil.
O Custo Efetivo Total leva em conta todos os encargos, tributos, taxas e despesas dos cartões de crédito. Sendo assim, o cartão Nubank Gold atingiu 289,60% de CET ao ano, sendo o menor valor da pesquisa realizada. Por outro lado, o cartão com maior CET registrou 836,29% ao ano.
A pesquisa do Proteste aponta que é importante ficar atento às anuidades dos cartões, pois alguns apenas possuem isenção dessa taxa no primeiro ano de uso. Este é o caso dos cartões Santander Dufry Platinum e Banrisul Mastercard (Gold, Standard e Platinum).
Também é importante ficar atento às instituições financeiras que estabelecem condições para a isenção de anuidade em cartões de crédito como, por exemplo, utilização mensal com um valor mínimo. Sendo assim, essa situação ocorre com o Mastercard Libre (do Banrisul), Bradesco NEO Platinum e Santander SX.
De acordo com Rodrigo Alexandre, especialista da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, caso o consumidor não atinja os gastos estabelecidos no mês, uma parcela mensal da anuidade do cartão de crédito é cobrada.
O cartão de crédito é um serviço financeiro muito utilizado pelos brasileiros, e pode ser um grande aliado nas finanças do mês. No entanto, ele também pode ser um grande vilão, e acabar gerando dívidas, caso utilizado sem consciência.
Sendo assim, segundo Rodrigo Alexandre, especialista da Proteste, uma ação que pode gerar inadimplência é o parcelamento da fatura do cartão de crédito. Muitas vezes os consumidores apelam para esta prática tentando evitar os juros rotativos.
“Essa é uma maneira de o consumidor não entrar no rotativo. Porém, encontramos juros de até 657,68% ao ano, no cartão Next Visa internacional. Por isso, também não aconselhamos que se faça esse tipo de parcelamento”, explica Allexandre.
Além disso, a pesquisa da associação encontrou outros serviços com juros altos e que devem ser evitados. São eles: o parcelamento de compras (pode chegar a 274,10% ao ano, no Banrisul Mastercard básico) e a função saque com o cartão de crédito (o maior CET neste estudo foi de 759,64% ao ano, no Banrisul Gold, Standard e Classic).
No final do mês passado, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou que os cartões de crédito devem acabar em breve no Brasil. Isso devido à concorrência do Pix, que agora oferece a possibilidade de pagamento no crédito, de maneira mais simples e com menos tarifas do que os cartões.
“Com o crédito no Pix você não precisa mais, em tese, de cartões de crédito ou de MDR (taxa de desconto que as credenciadoras recolhem dos lojistas). Você consegue replicar o fluxo que hoje o cartão de crédito faz entre o banco, o lojista e o consumidor”, afirmou Campos Neto.
Ademais, o presidente do BC explicou que os cartões de crédito puxam o spread (diferença entre o preço de compra e venda de uma ação, título ou transação monetária) muito para cima. Com isso, a inadimplência no cartão de crédito no Brasil subiu para 52%.