O Threads, nova rede social da Meta, chegou quebrando todos os recordes e já tem milhões de usuários ativos, incluindo empreendedores. Mas ainda trilha seus primeiros passos dentro de um caminho totalmente desconhecido por empreendedores que ingressaram nesta nova “moda”, mas que pode ser uma grande ameaça às redes sociais se pontos fundamentais de utilização não forem desvendados.
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A especialista em marketing e vendas pelas redes sociais, Camila Silveira, explica que a nova rede social traz uma proposta semelhante ao Twitter, de oferecer um espaço para discussões em forma principalmente de mensagens de textos, mas lembra que também é possível publicar fotos, GIFs e vídeos.
Ela diz que o Threads e o Instagram são plataformas complementares e integradas, por este motivo não é possível ter um perfil na Threads sem ter um perfil no Instagram. Por isso, é preciso que a rotina de postagens seja complementar. Ou seja, publicar apenas no Instagram e não no Threads pode despencar seu algoritmo inicial.
“Lembrando que as duas plataformas obedecem o mesmo núcleo de engajamento. Pelo protocolo usado em sua criação, no futuro o grupo Meta revela que deverá acontecer uma descentralização na plataforma”, completa.
A profissional comenta que o objetivo é incentivar a formação de comunidades, tanto entre indivíduos quanto entre empresas por meio de recursos disponíveis.
“A plataforma possibilita que os usuários se conectem, explorem interesses em comum e troquem ideias, sendo o novo formato dos conhecidos grupos usados no Facebook e esquecidos por muitos num formato mais próximo ao Instagram.”
Camila dá a dica de que as empresas poderão criar perfis específicos relacionados aos seus produtos, serviços ou áreas de interesse.
“Isso permitirá que os usuários discutam e compartilhem informações relevantes, criem um senso de pertencimento e fortaleçam o relacionamento”, explica.
A especialista afirma que as companhias conseguirão se envolver ativamente nos perfis ao responder perguntas, fornecer informações úteis, compartilhar conteúdo exclusivo e interagir com os usuários.
“Essa participação demonstrará seu compromisso em ouvir seus clientes e oferecer suporte, estabelecendo uma relação de confiança”, pontua.
Além disso, a rede social da Meta pode ser um espaço valioso para coletar feedback dos clientes e envolvê-los na cocriação de produtos ou melhorias. “As empresas poderão realizar pesquisas, lançar enquetes e pedir sugestões para aprimorar seus produtos e serviços com base nas necessidades e desejos dos consumidores.”
Entretanto, ela lembra que, após a conta ser criada, se você quiser excluir a conta do Threads, a sua do Instagram também será excluída. Camila diz que o único jeito de sair da plataforma sem afetar a conta do Instagram é desativar o Threads temporariamente, e não definitivamente.
Além da questão de não poder excluir a conta, o Threads ainda não está disponível em muitos países. Segundo a agência de notícias Bloomberg, ela não deve ser disponibilizada nos países da União Europeia, por exemplo. Isso porque seus termos de conduta ainda não estão em conformidade com a lei de privacidade de dados do grupo econômico, a GDPR.
Com as restrições às redes sociais, os principais prejudicados serão os profissionais e empresas que atuam ou buscam atuação internacional através das plataformas, como explica a MBA em Marketing e Negócios Interativos, Jennifer de Paula.
“Com o tempo, as redes sociais se tornaram ferramentas vitais para o desenvolvimento de negócios globais, permitindo que empresas se conectem com clientes, parceiros e audiências em todo o mundo. O bloqueio de redes sociais em determinados países gera impactos negativos para empresas e profissionais que operam internacionalmente por meio dessas plataformas”, diz ela.
Segundo ela, há muitas oportunidades que empreendedores podem aproveitar, principalmente de olho no público português. O alcance que a mesma língua materna traz pode abrir espaço para portugueses e servir como ponte para alcançar o mercado europeu.
“A internet democratizou o acesso a ferramentas para os profissionais empresas que buscam expandir seus negócios, mas ao bloquear o acesso a essas plataformas, estão criando grandes barreiras para as empresas e profissionais que dependem delas para divulgação, marketing e networking”, explica Jennifer.