Escolares particulares em ao menos sete capitais pretendem reabrir as salas aos alunos em julho e agosto. Mesmo após o governo de São Paulo ter decidido nesta semana o retorno em setembro, unidades privadas de ensino pressionam o retorno antecipado argumentando que elas possuem mais infraestrutura e condições de atender aos protocolos de higiene e segurança de estudantes, professores e funcionários.
Uma apuração feita pelo G1 mostrou que, em Manaus, João Pessoa, Brasília e Fortaleza, as escolas particulares planejam reabertura as atividades em julho, de acordo com a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). As previsões seguem o calendário das prefeituras, informa a federação.
Já as escolas particulares em Goiânia, Curitiba, e São Luís avaliam a volta às escolas em agosto, também de acordo com o balanço da entidade.
No Rio de Janeiro, a previsão era de retorno em julho, segundo a Fenep, mas a mudança em diretrizes anunciadas na última quarta (24) e a falta de protocolo para a rede pública deixou as escolas particulares em suspenso.
A federação afirma que cobrará uma definição do poder público de estados e municípios sobre o que é necessário para reabrir as salas. Assim, espera cumprir as diretrizes e reabrir, independentemente da rede pública estar ou não pronta para isso.
O Portal Notícias Concursos mostrou que existe atualmente um embate nas unidades particulares que querem o retorno antecipado. Porém, o secretário de Educação do governo de São Paulo, Rossieli Soares, afirmou que isso não é possível, uma vez que a medida pode causar mais desigualdades educacionais.
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (SIEE-SP) é contra a determinação do governador, João Doria, de reabrir as escolas só em setembro – eles esperavam o retorno um mês antes, em agosto. O presidente do sindicato falou em “incompetência do estado” e defendeu que as particulares já estão prontas para o retorno.
“Não esperávamos que ela voltasse em junho ou julho, mas, no mínimo, em agosto”, disse Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do SIEE-SP. “Foi à revelia, goela abaixo. Não concordamos. A escola particular hoje atende 24% dos alunos do ensino médio do estado de São Paulo e não temos culpa da incompetência do estado e da prefeitura se eles não conseguem se capacitar a tempo. Nós já temos certificação científica, protocolo médico, as escolas estão preparadas… Agora, se a rede pública não consegue se capacitar, nós não temos culpa. Não concordamos e vamos protestar”, afirmou.
Na rede estadual, a volta é incerta. Mesmo SP, que prevê retorno em setembro, atrelou a volta à redução no número de casos. No Maranhão, há previsão de retorno em agosto. No Tocantins, a previsão de volta em agosto é para estudantes do ensino médio.
Ensino híbrido
Em todos os modelos, o ensino híbrido – que mescla aulas presenciais e remotas – está presente. A volta será escalonada, em grupos pequenos de alunos e turmas menores. A previsão é ter parte dos alunos em sala de aula, e outra parte em casa. Algumas escolas particulares pretendem fazer a transmissão ao vivo da aula presencial, pela internet.
Em todo o mundo, escolas estão reabrindo seguindo protocolos de segurança. Mas, ainda assim, houve casos em que foi preciso fechar a escola novamente devido ao surgimento de casos suspeitos de coronavírus, como ocorreu na França.
Em Curitiba, a diretora Ester Cristina Pereira, da Escola Atuação, afirma que vai desativar uma das quadras esportivas da escola e instalar divisórias para fazer mais salas de aula. Informações do G1.