Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta (14), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), informou que o Instituto Butantan antecipará em um mês a entrega de 54 milhões de doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech e de responsabilidade do Butantan no Brasil. A previsão é entregar as doses adicionais até o final de agosto, e não setembro como apontava o cronograma original.
Os 54 milhões de doses correspondem às doses adicionais compradas ontem pelo governo federal junto ao Instituto Butantan. O acordo previa a compra de 46 milhões de doses com opção de compra de mais 54 milhões de doses adicionais, somando o total de 100 milhões de doses da CoronaVac para integrar o Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
“O governo de São Paulo e o Butantan vão antecipar a entrega de 54 milhões de doses para o Ministério da Saúde. Inicialmente prevista para setembro, essas doses serão entregues até o final de agosto”, afirmou Doria durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Doria fez questão de ressaltar que maioria das vacinas contra Covid-19 usadas no Brasil são fabricadas pelo Instituto Butantan, parceiro do governo de São Paulo.
“O Butantan está trabalhando 24 horas, sete dias [por semana], para produzir vacinas que estão imunizando os brasileiros. Quero mencionar que nove em cada dez brasileiros estão sendo vacinados com a vacina do Butantan. Agora conseguimos, graças ao trabalho do Butantan, antecipar em um mês a entrega das vacinas para o Ministério da Saúde”, completou o governador.
426 mil doses diárias da CoronaVac a partir de terça (23)
De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, está prevista a liberação de 426 mil doses diárias da CoronaVac ao Ministério da Saúde a partir da próxima terça-feira (23). E a tendência é aumentar o ritmo da produção em abril.
“Em 8 dias, vamos chegar aos 3,4 milhões. Isso é só primeira entrega, continuamos e espero não parar mais. Vamos escalar a produção e a partir de abril vamos dobrar, porque vamos usar fábrica que está sendo usada para vacina da gripe”, disse Dimas Covas.
Por conta da escassez de vacinas contra Covid-19 no Brasil, algumas capitais brasileiras, como o Rio de Janeiro, anunciaram que precisam interromper a campanha de imunização. Joao Doria culpa a inércia do governo federal pela falta de imunizantes no país.
“Quero dizer que o Brasil errou feio por não ter feito a opção para várias vacinas. Argentina, Colômbia, Chile e Peru fizeram isso. Sem contar países do hemisfério norte, que hoje têm até seis vacinas. O Brasil fez uma opção errada por apenas uma vacina. Não fosse nosso esforço e de São Paulo e a capacitação do Butantan, até hoje não teríamos vacinação no Brasil”, disse Doria.