Direitos do Trabalhador

Entenda por que prorrogação do Auxílio pode travar no Congresso

Governo quer editar MP para fugir do Congresso, mas alguns especialistas dizem que Planalto não pode fazer isso com Auxílio

O plano é claro: o Governo Federal quer prorrogar o Auxílio Emergencial por meio de uma Medida Provisória (MP). Assim, o Planalto não precisaria enviar o projeto para uma possível análise do Congresso Nacional. No entanto, alguns especialistas dizem que a União não pode fazer isso.

Acontece que esses especialistas em finanças lembram que o Governo acabou de aprovar uma PEC Emergencial. Esse texto diz que o Planalto só pode gastar até R$ 44 bilhões com os pagamentos do Auxílio Emergencial. Se passar disso, poderá estar cometendo um crime de responsabilidade.

O Palácio do Planalto sabe disso. Acontece que membros do Ministério da Economia afirmam que apenas uma MP seria suficiente para fazer com que o Governo pudesse pegar mais dinheiro do que esses R$ 44 bilhões. Essa discussão vai longe.

Mas o que esse debate tem relação com o beneficiário? De acordo com as informações de bastidores, toda essa discussão tem impacto direto no tempo que a quantia leva para chegar até o bolso do brasileiro. É que se o projeto tiver que ir ao Congresso, é provável que o Governo demore um pouco para conseguir a aprovação da prorrogação.

Isso é diferente de uma simples edição de uma MP. Nesse segundo caso, o texto não precisaria passar pelo Congresso nos seus primeiros 120 dias de vigência. E isso é tempo suficiente para pagar os dois ou três meses de prorrogação do Auxílio Emergencial.

Valores do Auxílio

Por outro lado, caso o projeto vá para a análise do Congresso, haverá uma chance, mesmo que pequena, de aumento nos valores do programa. É que por lá a oposição vai poder tentar fazer pressão para obstruir votações e até conquistar votos para tentar subir o patamar de pagamentos.

Dentro de partidos de oposição, há quem diga que é possível virar o jogo e imprimir uma derrota do Governo. No entanto, parlamentares da base do Planalto acreditam que essa chance é quase nula. Para eles, a única coisa que esses partidos podem conseguir é atrasar a aprovação do texto.

Vale lembrar que os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL) são aliados políticos do Presidente Jair Bolsonaro. Esse último até disse que era contra a prorrogação do Auxílio, mas não deve fazer esforço para barrar a ideia do Governo.

Prorrogação

De toda forma, a prorrogação do Auxílio Emergencial está confirmada. Pelo menos é isso o que garante o Ministro da Economia, Paulo Guedes. Em entrevista na última semana, ele disse que o Governo deve estender o benefício por mais dois ou três meses.

No entanto, ele deixou claro ainda no início deste semana que a decisão final vai mesmo ser do Presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o Ministro, o chefe do executivo deverá ter várias reuniões com o Ministro da Cidadania, João Roma para tratar deste assunto.

Guedes disse ainda que o tamanho da prorrogação vai depender do andamento do processo da vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Caso a campanha ande com mais força, o Auxílio terá mais dois meses. Se demorar mais do que o esperado, então o benefício deve durar mais três meses.