Economia

Entenda o aumento da cebola e do tomate em janeiro

Você não entendeu porque o preço da cebola e do tomate subiram? Saiba que o aumento é resultado de pelo menos dois fatores: problemas climáticos e o intervalo de safra.

Para se ter uma ideia, as duas hortaliças chamaram atenção pela alta no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro. O resultado foi divulgado divulgado nesta terça-feira (09).

Veja os resultados:

A cebola registrou aumento de 17,58% em relação a dezembro, já  o tomate subiu 4,89%.
Os dois alimentos já acumulavam uma alta significativa. A cebola registrou +14,49% e o tomate, registou alta de metade do seu valor, com alta de 52,76%.
Esse alimentos chegaram até a reduzirem o valor no inicio de janeiro de 2021, mas voltaram a subir agora. Em dezembro as hortaliças também tinha fechado com valores em alta.
Ainda no mês passado, liderado pelos grupos de alimentos, o IPCA subiu  0,25%. O índice mede a inflação oficial do Brasil.

Impulsionada pelos alimentos, a inflação oficial do país terminou 2020 com alta de 4,52%. Esta é a maior inflação do ano no Brasil desde 2016,

Aumento da cebola

O resultado de preços altos deve em parte a problemas durante o cultivo, que impulsionaram a falta de oferta da cebola.

Mas não é de hoje que está hortaliça poderia ter uma oferta menor, já em setembro e outubro houve seca no período de plantio. É o que defendeu, ao G1, a pesquisadora Marina Marangon, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq-USP:

“Teve um problema de seca nas plantações do Sul. Depois, durante o período de desenvolvimento, algumas áreas foram atingidas por granizo, principalmente em Santa Catarina, e ainda teve chuvas em alguns períodos da colheita”.

Outro problema apontado pela pesquisadora seria a umidade registrada. A estocagem, que acontece agora, estaria sendo impactada  pela umidade. Está estaria impulsionando a geração de fungos e diminuição de qualidade.

A pouca oferta que se originou deste problema, causou a importação de cebolas chilenas no mês passado e em fevereiro, foram importadas cebolas argentinas.

As próximas safras, porém, devem ter resultados melhores. “Por causa do tempo seco, outras regiões acabaram plantando mais, então é provável que a gente tenha um maior volume de cebola disponível, uma maior oferta e aí uma diminuição de preços”, explica Marina.

Contudo alguns fatores podem influenciar no resultado final. “Mas o plantio acabou de acontecer, pode ser que chova durante o desenvolvimento, então não dá pra ter tanta certeza”, comenta a pesquisadora.

Tomate

Desde o ano passado o preço do tomate vem subindo, desta vez, a alta foi impulsionada pelo intervalo de safra, concentrado do mês passado. A afirmação é do pesquisador João Paulo Deleo, que também é do Cepea (Esalq-USP) em entrevista ao G1.

“No início de janeiro, algumas regiões entraram em intervalo de safra, como a região de Itapeva, em São Paulo, e a região de Reserva, no Paraná. Então a oferta diminuiu e o preço aumentou”, diz Deleo.

Por outro lado, a expectativa é de preços menores em fevereiro, com a retomada da colheita, Inclusive algumas regiões do Brasil a colheita já está acontecendo e gerando preço menores.