Os energéticos são bebidas populares entre jovens e adultos que buscam um impulso de energia instantânea. No entanto, uma nova revisão de estudos publicada no Public Health Journal revela uma ligação preocupante entre o consumo de bebidas energéticas e uma série de problemas de saúde, tanto físicos quanto mentais, especialmente entre os jovens. Essas descobertas alarmantes levaram pesquisadores a solicitar restrições na venda dessas bebidas para menores de idade, a fim de proteger a saúde pública.
Os Riscos dos Energéticos para a Saúde Mental
A revisão incluiu dados de 57 estudos programados em 21 países, envolvendo mais de 1,2 milhão de crianças e jovens com idades entre 9 e 21 anos. Os resultados revelaram uma ligação consistente entre o consumo de energia e o aumento do risco de problemas de saúde mental, como ansiedade, estresse, depressão, pânico e pensamentos suicidas. Essas descobertas são extremamente preocupantes, pois indicam que essas bebidas podem causar sofrimento psicológico em uma faixa etária vulnerável.
“Estamos profundamente preocupados com as descobertas de que as bebidas energéticas podem causar sofrimento psicológico e problemas de saúde mental. Estas são questões importantes de saúde pública que precisam ser abordadas.” – Shelina Visram, professora da Universidade Teesside.
Os Riscos dos Energéticos para a Saúde Cardíaca
Além dos problemas de saúde mental, também foram encontradas revisões confirmadas acima que apontaram para a possibilidade de problemas cardíacos associados ao consumo de energia. Estudos clínicos analisados ??revelaram que a ingestão aguda dessas bebidas está relacionada a um aumento significativo de arritmias cardíacas e enfraquecimento arterial, bem como um aumento na pressão arterial sistólica e diastólica. Esses resultados indicam que o consumo de energia pode ter um impacto negativo no ritmo cardíaco e na saúde cardiovascular dos consumidores.
Comportamentos Nocivos Associados ao Consumo de Energéticos
Além dos riscos para a saúde mental e cardíaca, a revisão também foi indicada para uma maior propensão a comportamentos contraditórios entre os consumidores de energéticos. Os jovens que consomem essas bebidas têm maior probabilidade de se envolverem em comportamentos de risco, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso de outras substâncias, comportamento sexual inseguro, direção imprudente e bullying. Esses resultados ressaltam a necessidade de considerar os efeitos negativos dessas bebidas não apenas em termos de saúde física, mas também em relação ao comportamento dos jovens.
Impacto no Desempenho Acadêmico e Hábitos de Vida
Além dos problemas de saúde e comportamentais, o consumo de energia também pode afetar níveis de desempenho acadêmico e os hábitos de vida dos jovens. Alguns estudos incluídos na revisão mostraram uma ligação entre o consumo de energético e um pior desempenho acadêmico, bem como uma duração e qualidade do sono reduzidas. Além disso, os consumidores de energético também apresentam hábitos alimentares menos saudáveis, como o consumo excessivo de fast food e a tendência de pular o café da manhã regularmente. Esses resultados indicam que o consumo de energético pode ter um impacto negativo na vida acadêmica e nos hábitos diários dos jovens.
O Papel da Cafeína nos Riscos dos Energéticos
Uma explicação possível para os diversos riscos associados ao consumo de energético é o alto teor de cafeína presente nessas bebidas. Os energéticos geralmente contêm grandes quantidades de cafeína, pelo menos 150 mg por litro, além de outros estimulantes como taurina, ginseng e guaraná. A combinação desses ingredientes estimulantes, juntamente com o açúcar presente nas bebidas, pode ter um impacto significativo na saúde física e mental dos jovens. Acredita-se que esses efeitos negativos podem ser mediados por maus padrões de sono e hábitos alimentares pouco saudáveis.
Restrições à Venda de Energéticos
Diante dos riscos evidentes para a saúde de jovens, pesquisadores e profissionais de saúde estão pedindo restrições à venda de energético para menores de idade. No Reino Unido, onde a venda de energia para menores de 16 anos ainda é permitida, houve uma consulta pública em 2019 que mostrou um amplo apoio à restrição da venda dessas bebidas para menores de idade. No entanto, até ao momento, nenhuma medida adicional foi tomada pelo governo. Em outros países, como a Suécia, os energéticos já são proibidos para menores de idade. No Brasil, um projeto de lei foi apresentado em 2015 para proibir o consumo de energia por menores de 18 anos. No entanto, o projecto ainda está em análise e não foi votado em plenário.
Adoção de Medidas deve ser Crucial
Uma revisão abrangente de estudos sobre os riscos dos energéticos para a saúde dos jovens revelou uma série de problemas preocupantes, incluindo riscos para a saúde mental, cardiovascular e comportamental. Além disso, essas bebidas também podem variar dependendo dos níveis de desempenho acadêmico e dos hábitos de vida dos jovens. Com base nessas descobertas, é crucial que sejam tomadas medidas para proteger a saúde dos jovens, incluindo restrições na venda de energia para menores de idade. É responsabilidade dos governos e legisladores garantir que essas bebidas sejam consumidas de forma segura e que os riscos associados a elas sejam amplamente divulgados. A saúde e o bem-estar dos jovens devem ser prioridades, e a classificação da venda de energia para menores de idade é um passo importante nessa direção.