O Brasil está passando nesta semana por um dos episódios mais tristes da sua história recente quando o assunto é desastre ambiental. Um ciclone extratropical provocou uma onda de enchentes da região Sul do país. Só no Rio Grande do Sul, o número de mortes já chega na marca dos 31 óbitos, segundo a Defesa Civil do local.
Somente nesta quarta-feira (6), órgãos de segurança já confirmaram dez vítimas fatais, sendo oito na região de Roca Sales, uma na cidade de Lajedo e outra em Estrela. Em comum, todas estas cidades estão localizadas na Região dos Vales.
“Lamentamos cada vida perdida e estamos trabalhando para fazer todos os resgates possíveis nas regiões mais atingidas. Milhares de pessoas já foram salvas por nossas equipes”, escreveu o governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite em uma rede social.
“Não tem sido um ano fácil para o Rio Grande do Sul. Mas nosso povo é resiliente e forte, e nós vamos estar unidos para superar essa adversidade, com toda a estrutura, com os servidores públicos, os militares, civis, voluntários, ações, prefeituras, sociedade civil engajada. Cada vida perdida não pode ser reposta, a gente lamenta cada uma delas. Vamos dar todo suporte para essas famílias”, afirmou.
Com a nova atualização no número de óbitos, já é possível afirmar que esta é a maior tragédia natural da história do Rio Grande do Sul. Antes, este recorde tinha sido registrado em junho deste ano, quando 16 pessoas morreram em um incidente climático.
O governo do estado do Rio Grande do Sul já confirmou também que está recebendo ajuda do governo federal no processo de contenção dos danos. Nesta quarta-feira (6), o governador Eduardo Leite decolou de Caxias do Sul ao lado do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, e do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
“Estamos em contato com o governo federal para que mais helicópteros sejam incorporados ao grupo de resgate no Vale do Taquari. A noite chegou, a temperatura caiu e há pessoas aguardando por socorro ao ar livre”, escreveu Eduardo Leite na noite da terça-feira (5).
Para além da tragédia que implicou em dezenas de mortes, o governo do estado do Rio Grande do Sul também confirmou que milhares de pessoas foram afetadas de outras formas. Considerando a atualização mais recente na manhã desta quarta-feira (6) já são:
As 15 vítimas fatais que morreram em decorrência do ciclone em Muçum não tiveram os seus nomes divulgados.
A vítima foi identificada como Cristiano Schusler, de 41 anos.
Neri Roberto Gonçalves da Silva, de 67 anos.
Delve Francescatto e Fátima Godoi Francescatto.
Moacir Engster, de 58 anos
Maria da Conceição Alves do Rosário, de 50 anos
Os nomes das vítimas ainda não foram divulgados.
De acordo com projeções de meteorologistas, os moradores do Rio Grande do Sul precisam seguir em alerta pelas próximas horas. Isso porque há uma previsão da passagem de um novo ciclone para este feriado de Sete de Setembro no estado.
A expectativa dos especialistas é que o ciclone seja semelhante ao que atingiu o estado no início desta semana. As chuvas mais fortes estão previstas para serem registradas entre a tarde desta quinta-feira (7) e o início da tarde da próxima sexta-feira (8).
“Outro ciclone se formará de quinta para sexta entre o Rio Grande do Sul e Uruguai. Na quinta já deve chover forte, além das rajadas de vento, na fronteira do estado com o Uruguai. E em seguida avança por todo o estado até ir para o oceano”, explica Wanderson Luiz Silva, meteorologista da UFRJ.