O Ministério do Trabalho e Previdência informou nesta semana que o Brasil criou 195,2 mil empregos formais em março deste ano. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que informa a quantidade de contratações e demissões realizadas no país em cada mês.
Na comparação com o mesmo mês de 2022, o saldo de empregos formais gerados foi quase duas vezes maior. Isso porque, em março do ano passado, o país criou 98.786 postos de trabalho, ou seja, houve um crescimento de 97,6% das vagas criadas no país em um ano.
O resultado nacional foi impulsionado pelos dados positivos registrados em 22 das 27 unidades federativas (UFs), que fecharam o mês com mais postos formais de trabalho abertos do que fechados.
Em síntese, o estado de São Paulo continuou na liderança nacional, respondendo por 26% dos empregos formais criados no país no terceiro mês de 2023. Confira abaixo o top dez das UFs com os maiores saldos de postos de trabalho criados em março:
- São Paulo: 50,8 mil;
- Minas Gerais: 38,7 mil;
- Rio de Janeiro: 19,4 mil;
- Goiás: 13,7 mil;
- Paraná: 13,4 mil;
- Rio Grande do Sul: 12,2 mil;
- Santa Catarina: 11,9 mil;
- Bahia: 9,3 mil.
Em fevereiro, estes oito estados também ocuparam as primeiras posições do ranking nacional. Na passagem dos meses, os estados que se destacaram foram Rio de Janeiro e Goiás, que subiram três posições, ultrapassando os estados da região Sul.
Na ponta de baixo da tabela, cinco estados registraram fechamento de vagas de emprego formais em março: Pernambuco (-5,3 mil vagas), Paraíba (-815), Rio Grande do Norte (-78), Amapá (-41) e Mato Grosso (-10). Outros 2,3 mil postos de trabalho também foram fechados no mês, mas o Caged não identificou a UF destas demissões.
Sudeste se destaca em março
O levantamento do Caged não mostra apenas os dados das UFs, mas também das regiões brasileiras. Em março deste ano, o Sudeste foi o grande destaque no país, criando 113,4 mil empregos formais. Isso corresponde a 58,1% do total de postos de trabalho gerados no Brasil no período.
Veja os números de vagas formais de emprego criadas em todas as regiões brasileiras:
- Sudeste: 113,4 milhões;
- Sul: 37,4 milhões;
- Centro-Oeste: 22,4 milhões;
- Nordeste: 14,1 milhões;
- Norte: 10,1 milhões.
Estes dados mostram que o Sul concentrou 19,2% dos empregos criados no país em março. Em seguida, ficaram as regiões Centro-Oeste (11,5%), Nordeste (7,2%) e, por último, o Norte (5,2%).
Veja os dados acumulados em 2023
De acordo com os dados do Caged, quase todas UFs conseguiram registrar um saldo positivo no acumulado dos três primeiros meses de 2023. No período, o Brasil criou 526,2 mil empregos, número 15% menor que o observado no primeiro trimestre de 2022, quando o país criou 619,3 mil postos de trabalho.
Confira as UFs que tiveram os maiores saldos de postos de trabalho criados no período:
- São Paulo: 136,6 mil;
- Minas Gerais: 64,2 mil;
- Santa Catarina: 48,5 mil;
- Paraná: 44,6 mil;
- Rio Grande do Sul: 42,2 mil;
- Goiás: 35,4 mil;
- Rio de Janeiro: 33,4 mil;
- Bahia: 21,1 mil;
- Mato Grosso: 19,5 mil;
- Mato Grosso do Sul: 14,4 mil.
Por outro lado, os dados mais fracos vieram de Amapá (239), Alagoas (433), Acre (652), Sergipe (2,2 mil), Amazonas (2,3 mil), Roraima (2,4 mil) e Pernambuco (2,4 mil).
Por sua vez, a Paraíba e o Rio Grande do Norte encerraram o trimestre com os únicos resultados negativos do país. Enquanto o estado paraibano registrou o fechamento de 1,9 mil, o estado potiguar fechou 41 vagas de emprego nos três primeiros meses de 2023.
Trabalhador ganhou menos em março
Os dados do Caged também mostraram que o trabalhador brasileiro ganhou menos em fevereiro deste ano. A saber, o salário médio de admissão era de R$ 1.990,78 em fevereiro, mas o valor caiu 1,5% em março, para R$ 1.960,72. Em valores reais, o trabalhador recebeu R$ 30,06 a menos que em fevereiro.
Em contrapartida, o salário ficou 0,3% maior que o observado em março de 2022 (R$ 1.954,63). Isso quer dizer que os trabalhadores formais do Brasil receberam R$ 6,09 a mais que há um ano, ou seja, a diferença nem deve ter sido sentida.
Ao considerar o salário médio real de desligamento, o valor seguiu a mesma tendência. Em suma, os trabalhadores demitidos no terceiro mês deste ano ganharam, em média, R$ 2.065,12. Esse valor ficou 0,6% menor que o de fevereiro (R$ 2.077,50), mas superou em 3,6% o montante de março de 2022 (R$ 1.992,65).
Vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada. Em outras palavras, o levantamento não inclui os trabalhadores informais do país, que representam uma grande parcela da força de trabalho do país.
Na verdade, o Caged faz apenas um recorte do mercado de trabalho brasileiro. Por isso, estes dados apresentados pelo Ministério do Trabalho e Previdência não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD) Contínua, que mostra a taxa real de desemprego do país.