O Ministério do Trabalho e Previdência informou nesta semana que o Brasil criou 180 mil empregos formais em abril deste ano. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que informa a quantidade de contratações e demissões realizadas no país em cada mês.
Na comparação com o mesmo mês de 2022, o saldo de empregos formais gerados foi 12,4% menor. Isso porque, em abril do ano passado, o país criou 205,49 mil postos de trabalho, número bem maior que o de abril deste ano.
O resultado nacional foi impulsionado pelos dados positivos registrados em 23 das 27 unidades federativas (UFs), que fecharam o mês com mais postos formais de trabalho abertos do que fechados.
Veja o estado que mais criou vagas em abril
Em síntese, o estado de São Paulo continuou na liderança nacional, respondendo por 30,5% dos empregos formais criados no país no quarto mês de 2023. Confira abaixo as UFs com os maiores saldos de postos de trabalho criados em abril:
- São Paulo: 54,9 mil;
- Minas Gerais: 27,4 mil;
- Rio de Janeiro: 18,1 mil;
- Goiás: 11,9 mil;
- Rio Grande do Sul: 11,5 mil;
- Bahia: 11,2 mil;
- Paraná: 9,4 mil;
- Santa Catarina: 7 mil.
Nos dois meses anteriores, estes oito estados também ocuparam as primeiras posições do ranking nacional, ou seja, estão mantendo os dados fortes em 2023.
Na passagem dos meses, os estados que se destacaram foram Bahia, que subiu duas posições no ranking, e Rio Grande do Sul, que subiu uma posição. Por outro lado, o Paraná caiu duas posições, enquanto Santa Catarina recuou uma posição.
Na parte de baixo da tabela, quatro estados registraram fechamento de vagas de emprego formais em abril: Alagoas (-4 mil), Paraíba (-3,2 mil), Pernambuco (-2,4 mil vagas) e Sergipe (-569). Outros 1.280 postos de trabalho também foram fechados no mês, mas o Caged não identificou a UF destas demissões.
Sudeste se destaca em abril
O levantamento do Caged não mostra apenas os dados das UFs, mas também das regiões brasileiras. Em abril deste ano, o Sudeste foi o grande destaque no país, criando 106,2 mil empregos formais. Isso corresponde a 59% do total de postos de trabalho gerados no Brasil no período.
Veja os números de vagas formais de emprego criadas em todas as regiões brasileiras:
- Sudeste: 106,2 milhões;
- Sul: 27,9 milhões;
- Centro-Oeste: 25 milhões;
- Nordeste: 11,2 milhões;
- Norte: 10,8 milhões.
Estes dados mostram que o Sul concentrou 15,5% dos empregos criados no país em abril. Em seguida, ficaram as regiões Centro-Oeste (13,9%), Nordeste (6,2%) e, por último, o Norte (6,0%).
Veja os dados acumulados em 2023
De acordo com os dados do Caged, quase todas UFs conseguiram registrar um saldo positivo no acumulado dos quatro primeiros meses de 2023. No período, o Brasil criou 705,7 mil empregos, número 14,5% menor que o observado no mesmo período de 2022, quando o país criou 825,49 mil postos de trabalho.
Confira as UFs que tiveram os maiores saldos de postos de trabalho criados no período:
- São Paulo: 190,1 mil;
- Minas Gerais: 92,2 mil;
- Santa Catarina: 55,7 mil;
- Rio Grande do Sul: 55 mil;
- Paraná: 54,2 mil;
- Rio de Janeiro: 50,5 mil;
- Goiás: 47,6 mil;
- Bahia: 32,7 mil;
- Mato Grosso: 24,6 mil;
- Mato Grosso do Sul: 18,5 mil.
Por outro lado, os dados mais fracos vieram de Amapá (834), Acre (878), Rio Grande do Norte (1,6 mil), Sergipe (1,7 mil), Roraima (3 mil), e Rondônia (3,7 mil).
Por sua vez, a Paraíba, Alagoas e Pernambuco foram os únicos estados a registrarem fechamento de vagas no acumulado dos quatro primeiros meses. Enquanto o estado paraibano fechou 5,6 mil, o estado alagoano fechou 3,5 mil postos de trabalho e o estado pernambucano teve uma taxa negativa de -499.
Trabalhador ganhou mais em abril
Os dados do Caged também mostraram que o trabalhador brasileiro ganhou mais em abril deste ano. A saber, o salário médio de admissão era de R$ 1.971,11 em março, mas o valor subiu 2,2% em março, para R$ 2.015,58. Em valores reais, o trabalhador recebeu R$ 44,47 a mais que em março.
Da mesma forma, o salário ficou 1,8% maior que o observado em abril de 2022 (R$ 1.980,61). Isso quer dizer que os trabalhadores formais do Brasil receberam R$ 34,97 a mais que há um ano, ou seja, a diferença pode ter sido notada por algumas pessoas.
Ao considerar o salário médio real de desligamento, o valor seguiu a mesma tendência. Em suma, os trabalhadores demitidos no quarto mês deste ano ganharam, em média, R$ 2.096,25. Esse valor ficou 1,0% maior que o de março (R$ 2.076,07) e 3,1% superior ao montante de abril de 2022 (R$ 2.032,79).
Vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada. Em outras palavras, o levantamento não inclui os trabalhadores informais do país, que representam uma grande parcela da força de trabalho do país.
Na verdade, o Caged faz apenas um recorte do mercado de trabalho brasileiro. Por isso, estes dados apresentados pelo Ministério do Trabalho e Previdência não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD) Contínua, que mostra a taxa real de desemprego do país.