Economia

Emprego formal tem aumento, porém desemprego bate recorde; Entenda!

O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgou nesta quinta-feira (1) que o Brasil criou cerca de 281 mil novas vagas de emprego com carteira assinada em maio. Paulo Guedes, ministro da Economia, comemorou os resultados obtidos, que apontam melhora na situação de crise do país.

Deste modo, o total de pessoas com empregos formais chegou a 40,6 milhões. Isso corresponde a um aumento de 0,7% em relação ao mês anterior. Além disso, os dados representam um aumento de 6,8% em relação ao ano passado, período do auge da primeira onda de infecções do coronavírus.

Segundo o Caged, esse foi o quinto mês seguido com aumento nos empregos com carteira assinada, e o décimo positivo dos últimos 11 meses. Sendo assim, o país demonstra uma tendência de recuperação em meio aos cortes de emprego que a pandemia causou.

Desemprego recorde

Em contrapartida, dos dados do Caged, a Pnad Contínua apontou uma taxa de desemprego crescente. Os dados mostram uma taxa de 14,7% na média trimestral terminada em abril. Esse nível de desemprego é um recorde, sendo o mais alto desde 2012, quando a pesquisa começou a ser feita.

É normal que existam diferenças nos dados, pois se referem a meses diferentes. Abril foi o pior mês da pandemia no Brasil, o que explica os números do Pnad serem piores que os do Caged, atualizado em maio. No entanto, as duas pesquisas demonstram tendências diferentes desde o ano passado, no começo da pandemia.

De um lado, o Caged vem mostrando uma melhora nos empregos formais e no mercado de trabalho todos os meses, há quase um ano. Por outro, a Pnad demonstrou uma taxa de desemprego crescente, que foi de 11,2% em janeiro do ano passado, até os 14,7% atuais.

As duas pesquisas possuem métodos diferentes de atuação, o que é importante para explicar a divergência nos dados. Entretanto, para muitos economistas, os impactos da pandemia no modo de executar os levantamentos também podem estar distorcendo os dados.

Empregos formais e o mercado total

A Pnad Contínua é uma pesquisa feita pelo IBGE, através de entrevistas. Sendo assim, o IBGE faz uma estimativa do total de pessoas trabalhando, procurando emprego ou que desistiram de trabalhar. Além disso, o instituto considera todas as categorias, incluindo: empregados sem carteira assinada, servidores públicos, empresários e empregadores autônomos.

Já o Caged é uma base de cadastro geral, que registra os contratos de trabalho iniciados e encerrados, considerando apenas os empregos formais. Nesse sentido, as empresas repassam para a Secretaria Especial do Trabalho do Ministério da Economia as informações dos funcionários registrados pela CLT, e o Caged utiliza essa base de dados.

Além disso, os dados do Caged são divulgados todos os meses. Já os da Pnad apontam sempre a média dos últimos três meses, todo mês, o que pode gerar diferenças nas variações.

Por fim, o grupo CLT, de empregos formais, representa apenas metade da força de trabalho brasileira para o Pnad. Devido aos seus privilégios e custos adicionais, esse grupo de trabalhadores tende a andar em direções diferentes do resto dos grupos, o que também gera divergências.