Educação: Pesquisa aponta maior envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos
Uma pesquisa sobre ‘educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias’ constatou que 51% dos pais e responsáveis acreditam que a pandemia ocasionou em uma participação maior na vida dos alunos.
Os números apontam 58% de crescimento dessa sensação na região Sul e 57% no Centro-Oeste. Além disso, cerca de 58% dos responsáveis que responderam ao estudo possuem maior escolaridade. Já 47% apresentam nível fundamental.
Quando a pergunta se direciona para as diferenças entre antes e agora enquanto dura a pandemia, 72% concordam com a afirmação de que a responsabilidade pela educação dos estudantes cresceu.
Outro dado mostra que a valorização dos professores pelos pais aumentou. 71% dos responsáveis pelos estudantes têm apoiado mais o trabalho desenvolvido pelos professores e 94% consideram muito importante que os docentes estejam disponíveis para correção de atividades e esclarecimento de dúvidas durante as aulas não presenciais.
Transformações na educação
De acordo com a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, que realizou a pesquisa, Patrícia Mota Guedes, os dados contribuem para melhorar as políticas públicas em relação à educação.
“Famílias estão acompanhando mais de perto o ensino para seus filhos, e valorizando ainda mais o papel central do professor. São transformações que vêm para dar mais força a iniciativas de valorização da profissão docente, assim como da parceria família-escola. Ao mesmo tempo, os dados sobre o contexto podem e devem ajudar a direcionar as políticas intersetoriais, tão necessárias para o desenvolvimento integral dos educandos, especialmente nos territórios em situação mais vulnerável”, coloca Patrícia.
O diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, diz que a preocupação dos pais com uma possível desistência da escola pelos estudantes é um alerta para toda a sociedade.
“A evasão e o abandono escolar não são um evento pontual, mas algo que terá reflexo sobre o estudante, sobre sua família e sobre a sociedade como um todo, aumentando ainda mais a desigualdade. Toda a sociedade deve estar engajada para evitar que o estudante desista da escola. Não pode ser uma tarefa única da escola ou da família. É importante mostrar ao estudante o que ele perde desistindo da escola, pois é uma forma de desistir da sua própria história, dos seus sonhos e do seu futuro”, diz Mizne.