O Banco Central do Brasil está planejando o lançamento da futura moeda virtual do país. a princípio, o projeto piloto do Real Digital será promovido no segundo trimestre de 2023. Espera-se que com a nova tecnologia, haja um barateamento das operações bancárias e que aumente a inserção de novos consumidores no mercado financeiro.
A proposta não é relativa a uma criação de uma nova criptomoeda, visto que ela terá garantias governamentais. Todavia, de acordo com o BC, era esperado que os testes iniciais do projeto começassem ainda em 2022, mas que a greve dos funcionários da instituição, no segundo trimestre do ano, atrasou o lançamento.
O BC irá emitir o Real Digital como uma ampliação virtual da moeda física. Sua distribuição ao público terá a intermediação dos bancos e instituições financeiras. Aliás, haverá a possibilidade da troca entre a moeda física e a digital. Além disso, a sua cotação em relação a outras moedas será igual à tradicional.
Os recursos digitais não poderão ser emprestados pelos bancos a terceiros, eles também não terão correção automática. As operações realizadas utilizando a moeda virtual terão uma garantia jurídica, cibernética e de privacidade. Em suma, o BC afirma que a expectativa é de que haja uma modernização do sistema bancário do país.
O Real digital é uma versão virtual do Real tradicional. É uma maneira de o Banco Central atuar no mercado digital, levando novas tecnologias à população de uma maneira segura. A instituição irá garantir a nova moeda, aprimorando processos como contrato inteligente, pagamentos entre países, e a Internet das Coisas (IOT).
Uma das facilidades oferecidas pela moeda virtual é que através dela, é possível melhorar a conexão dos brasileiros com o mundo, favorecendo a tomada de decisões em tempo real, com uma maior agilidade. O Real Digital deverá também ser utilizado para transações no novo mercado financeiro, que é caracterizado por ativos digitais.
As criptomoedas se diferem do Real Digital por não terem um lastro governamental. Elas são utilizadas como meio de trocas, através da tecnologia de blockchain, que é um sistema compartilhado, que registra as transações e realiza o rastreamento de ativos em uma rede. Além disso, elas utilizam a criptografia para validar as transações e criar novas unidades da moeda.
O BC iniciou um trabalho efetivo de laboratório acerca da nova tecnologia, chamado de LIFT Challenge-Real Digital. Ele será feito através de uma parceria entre o banco junto a Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), procurando um reconhecimento das características necessárias para a criação de uma estrutura que comporte a nova moeda virtual.
O laboratório deve durar quatro meses. O BC espera que, ao final do processo, ele possa oferecer produtos bem desenvolvidos, relacionados à Moeda Digital do Banco Central (CBDC). Desta forma, ele será capaz de começar os testes necessários à aplicação da moeda virtual.
As pessoas que quiserem utilizar a moeda virtual digital deverão ter uma carteira virtual por meio de um agente autorizado, como um banco ou uma instituição de pagamento. A princípio, o Real Digital será como uma forma complementar de célula. Entretanto, haverá a possibilidade de conversão em depósito bancário ou em real físico.
Em relação ao ambiente jurídico, a nova medida deverá estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que regula as atividades relacionadas à proteção de dados e informações pessoais. Ou seja, a privacidade do usuário da moeda digital será preservada.
A estrutura criada pelo BC é necessária para o ambiente blockchain. No momento em que ela estiver disponível, os bancos e instituições financeiras poderão oferecer também todo tipo de moedas privadas. Portanto, é importante que elas estejam alinhadas.
Com o Real Digital também há uma preocupação do BC relativa às atividades de lavagem de dinheiro e a adesão da moeda virtual a todos os acordos internacionais. Também é esperado que haja uma grande liquidez e um aumento do crédito disponível, da mesma forma como acontece nas transações financeiras tradicionais, onde os bancos atuam de uma maneira bastante robusta.