Economia: inflação volta a subir em outubro (saiba mais)
Índice de preços continua a preocupar o governo
Depois de três meses de deflação, o Instituto brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a subir em outubro. A alta da inflação atingiu o índice de 0,59% no mês. No acumulado de 12 meses, o índice de preços está em 6,47%.
Entre as causas do aumento inflacionário podemos destacar a alta dos alimentos e bebidas, das passagens aéreas e da queda menos expressiva de produtos como combustíveis. A variação de preços veio acima do que o mercado esperava, visto que a expectativa relativa ao índice era de um crescimento de 0,48%.
Em 2022, até o momento, a inflação está batendo na casa dos 5,5%. No entanto, o preço de produtos e serviços em 12 meses está acima da meta do Banco Central, fazendo com que a instituição continue com a taxa de juros básica (Selic) em alta, buscando conter a pressão inflacionária.
O grupo de alimentos e bebidas teve uma alta bastante expressiva, acima de outros índices, com uma variação de 0,72% em outubro. Entre os produtos que merecem destaque estão os preços da batata, cebola e tomate, o que fez com que a alimentação a domicílio ficasse mais cara para o consumidor final.
Variação de preços de outros produtos
Outros produtos que fomentaram a alta do IPCA são as passagens aéreas, com 27,38%, e o vestuário, que contribuiu com um aumento de 1,22%. Dessa maneira, em dois meses houve uma grande variação dos preços onde os setores de alimentação e transportes apresentaram alterações díspares.
No entanto, a alta de preços relacionadas ao setor de alimentos não está ligada à greve de caminhoneiros, visto que a inflação ficou concentrada apenas em alguns produtos. As causas podem ser as variações climáticas, o que levou à redução da oferta de um grande número de produtos em algumas regiões do país.
Em relação ao preço das passagens aéreas, a alta de preços teve como causa principal, o aumento da demanda e de custos, principalmente os relativos ao querosene de aviação, (QAV). O setor de roupas e calçados passou pelo mesmo problema, já que houve uma maior procura por estes produtos e também uma alta de combustível.
Um outro grupo de produtos que pressionou a inflação no período é o de planos de saúde, já que houve um grande reajuste no setor, tanto para planos novos, quanto para antigos. De fato, entre os nove grupos pesquisados pelo IBGE, oito tiveram uma variação positiva no mês de outubro.
Taxa Selic
Com a alta dos índices inflacionários no mês de outubro e no acumulado do ano, é provável que o Banco Central mantenha a Taxa Selic em 13,75% ao ano. Analistas estão prevendo que a inflação em 2022 fique em 5,63%. O índice é menor do que o do início do ano, mas ainda está acima da meta do BC que era de 3,5%.
O fato é que nos três meses anteriores a outubro, houve uma deflação no índice de preços de todo o país. Ou seja, o valor dos produtos neste período, foram inferiores aos meses passados. Para o mês de setembro, por exemplo, a queda inflacionária teve como causa a redução no preço dos combustíveis por conta do corte do ICMS.
Espera-se que a taxa Selic sofra cortes a partir da metade de 2023. Atualmente o mercado vem oscilando, o risco inflacionário influencia nos juros básicos da economia brasileira. No entanto, espera-se que o cenário nacional dê espaço para a redução do índice no ano que vem.
Economia em 2023
O setor de serviços apresentou em outubro uma alta menos expressiva, principalmente os relacionados a cabeleireiros, cinema e médicos. Dessa forma, houve um alívio no bolso das famílias brasileiras. Apesar de a inflação estar acima da meta em 5,6%, houve uma redução razoável em relação às estimativas do início de 2022.
Alguns analistas afirmam que no ano que vem pode haver uma estabilidade entre a alta inflacionária e a deflação de alguns bens e serviços. Portanto, espera-se que a taxa Selic possa sofrer uma redução. Isso se deve ao fato de que a inflação do ano que vem, relacionada a produtos e serviços, pode abrir espaço para tal.