O Boletim Focus, publicação online divulgada toda segunda-feira pelo Banco Central do Brasil (BC), desta semana, reduziu pela décima quarta vez consecutiva, as estimativas para a inflação deste ano. De acordo com a previsão, a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá ficar em 6% em 2022.
O boletim da semana passada previa uma inflação anual de 6,4%. Há um mês atrás, o índice estava em 6,82%. Em relação a 2023, o Relatório Focus estima que o IPCA atinja o teto de 5,01%. Ademais, para 2024 e 2025, a estimativa do índice desta semana, alcançou os patamares de 3,5% e 3%, respectivamente.
A princípio, o Relatório Focus desta segunda-feira também apresentou suas projeções a respeito do Produto Interno Bruto (PIB) anual. Segundo as estimativas, ele deve ficar em 2,65%, frente ao índice de 2,39% da semana passada. Espera-se que para os anos de 2023, 2024, 2025, haja um crescimento respectivo de 0,5%; 1,7%; e 2%.
todavia, o BC também apresentou números relativos ao câmbio brasileiro. Estável há oito semanas, o mercado espera que o dólar esteja custando até o final do ano, cerca de R$5,20. Espera-se também, para o ano que vem, o mesmo valor da moeda americana. Para 2024 e 2025, estima-se que ela custará R$5,11 e R$5,15.
Taxa Selic
O mercado espera que a taxa básica de juros da economia (Selic) fique estável neste e nos próximos anos. Durante 13 semanas consecutivas, o mercado apontou uma projeção para até o final de 2022, de 13,75%. Espera-se que para o ano que vem os juros estejam em 11,25% e em 2024 em 8%. Desse modo, para 2025, o BC projeta um índice de 7,5%.
O mercado confia no BC para conter a inflação que está acima do teto estipulado pelo governo para 2022. A alta nos juros procura frear o IPCA, assim como a diminuição do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Analogamente, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidirá nesta quarta-feira (21/09), se irá ou não aumentar novamente os juros.
IPCA de agosto
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasilero de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA de agosto teve uma deflação de -0,36%. Em julho o índice estava em -0,68%. A inflação acumulada até o momento é de 4,39% e nos últimos 12 meses de cerca de 8,73%.
Espera-se que também haja uma deflação em setembro. No entanto, especialistas econômicos estão atentos ao fato de que haja uma resistência em alguns setores da economia. Em síntese há uma previsão de que produtos industriais como de higiene pessoal e de vestuário, puxem o índice inflacionário para cima.
PIB de julho
De acordo com o Monitor do PIB, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado nesta segunda, a economia nacional apresentou uma alta de 0,6% em relação ao mês anterior. Dessa maneira, na comparação com o mesmo período de 2021, houve uma alta de 3,1%, de acordo com o levantamento.
Segundo a FGV, a alta do PIB de julho foi um reflexo do bom desempenho da indústria nacional e do setor de serviços. Além disso, o consumo das famílias brasileiras teve uma alta de 0,5% em julho, relativas a junho. Em relação ao ano passado, houve um crescimento de 3,6%.
No entanto, o setor de investimentos, que são calculados através da formação bruta de capital fixo (FBCF), teve uma retração de 0,8% em julho, na comparação com junho. Sobre o cálculo interanual, o índice apresentou uma retração de 0,7%. No segundo trimestre do ano, houve uma alta de 2,3%.
O PIB do Brasil avançou 1,2% no segundo trimestre de 2022. É a quarta alta seguida, um indicativo de que a economia vem se recuperando. Na comparação da economia brasileira com o mesmo período do ano passado, o índice apresentou um quadro positivo de 3,2%.
Já sobre o primeiro semestre de 2022, o crescimento é de 2,5%. A economia nacional apresentou uma movimentação financeira de R$2,4 trilhões no segundo trimestre. Em conclusão, no primeiro, o PIB foi de R$2,249 trilhões.