Economia: índice de preços aponta deflação de 0,73% em agosto
Combustíveis e energia elétrica puxaram a taxa para baixo
De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), houve uma deflação em todo o país de 0,73% no mês de agosto na comparação com julho. É o menor valor histórico, relativo à prévia da inflação mensal, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em novembro de 1991.
A deflação e uma inflação negativa, onde ocorre uma queda no preço de produtos e serviços. O índice vem caindo devido a uma redução do Imposto Sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis e energia elétrica, em todo o país. No entanto, no acumulado de 12 meses, o índice apresenta um crescimento de 9,6%.
O IBGE divulgou as informações sobre a inflação de agosto nesta quarta-feira (24/08). O IPCA-15 acumula um crescimento inflacionário de 5,02% no ano, o que está um pouco acima da meta do governo, que era de 3,5%, com tolerância de 2%, para cima ou para baixo.
Se a inflação não cair até dezembro de 2022, este será o segundo ano consecutivo que a meta do governo não será cumprida. O IPCA-15 de 2021 foi de 10,6%. De acordo com o relatório Focus, publicação online onde o Banco Central divulga as expectativas das instituições financeiras relativas à economia do país, a inflação em 2023 também deve ficar acima do teto estipulado.
Cenário econômico de agosto
A princípio, a queda no preço dos combustíveis e da energia elétrica foram fundamentais para a deflação de julho, que foi de 0,68% e de agosto, de 0,73%. No entanto, mesmo com estes números positivos, houve um aumento nos preços relativos a alimentação e bebidas, de 1,12% e de saúde e cuidados pessoais, com um crescimento de 0,81%, continuando a sua ascensão.
O setor de transporte apresentou um recuo expressivo, devido aos cortes do ICMS dos combustíveis, e das três reduções de preços da Petrobrás sobre a gasolina. A deflação relacionada foi de -5,24%. Dessa maneira, ela contribuiu com expressivos -1,15% no IPCA-15 do mês de agosto deste ano.
Ao todo, o preço dos combustíveis tiveram uma redução de -15,33%. A gasolina contribuiu com -16,80%, o etanol com -10,78%, o gás veicular com -5,40% e o óleo diesel com -5,40%. Ademais, as passagens aéreas também influíram no índice de preços do setor de transportes, com uma queda de -12,22%.
Os preços relativos ao setor de habitação também tiveram uma baixa em agosto com uma taxa de -0,37%. Todavia, uma das causas para o recuo do índice inflacionário foi a queda de -3,29% da energia elétrica residencial. Este fato tem relação com a redução do ICMS em vários estados da federação.
Em relação a área de comunicações, o recuo inflacionário foi de -0,30%. Aliás, o índice de preços relacionados ao setor foi influenciado pelos novos valores dos planos de telefonia fixa, com uma queda de -2,29%, e móvel, de -1,04%.
Inflação em alta
Como falado anteriormente, o preço dos alimentos e bebidas aumentou 1,12%. O leite longa vida teve um peso considerável neste índice, com uma alta de 14,21%. Em síntese, no ano, a bebida apresenta uma grande valorização de 79,79%. As frutas também tiveram uma valorização no índice de preços com 2,99%.
Sobre a alta dos preços de 0,81%, relativos a saúde e cuidados especiais, os planos de saúde tiveram uma grande influência no índice, com 1,22%. Uma das causas para este aumento foi o reajuste de 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, no mês de maio.
Como é feito o cálculo do IPCA
A pesquisa de preços realizada pelo IBGE sobre o IPCA-15 foi feita entre 14 de julho e 12 de agosto de 2022. As contas relativas ao estudo sobre a inflação, foram comparadas com os preços de produtos e serviços entre 14 e junho e 13 de julho do ano.
O indicador envolve a famílias que possuem um rendimento de 1 a 40 salários mínimos. A pesquisa abrangeu as cidades do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia. Em conclusão, o IBGE coletou as informações e dados dos produtos e serviços de todas estas regiões.