Dólar cai no 1º pregão após início de conflitos entre Israel e Hamas

Dólar CAI no 1º pregão após o início dos conflitos entre Israel e Hamas

O primeiro pregão após o início dos conflitos entre Israel e o grupo extremista islâmico armado Hamas ficou marcado pela queda do dólar. Nesta segunda-feira (9), a moeda norte-americana caiu 0,61% e fechou a sessão cotada a R$ 5,13, menor patamar desde a última segunda-feira (2), quando encerrou o dia cotada a R$ 5,0662.

Embora o dólar tenha caído no dia, a moeda acumula um avanço firme em outubro, de 2,06%. Esse resultado sucede as altas de agosto (4,68%) e setembro (1,55%) e mostra que a divisa vem subindo pelo terceiro mês consecutivo, refletindo o aumento do pessimismo entre os investidores, que tendem a buscar o dólar quando as preocupações globais crescem.

No acumulado de 2023, o resultado ainda é positivo para o real brasileiro, uma vez que a moeda acumula queda de 2,80% no ano. Aliás, a queda anual chegou a atingir 11% em julho, mas as preocupações com o exterior impulsionaram o dólar nos últimos meses, reduzindo a queda para abaixo de 3%.

Conflitos no Oriente Médio marcam pregão

Em resumo, o dólar vem ganhando força nos últimos tempos devido aos temores de uma recessão econômica global. Esses temores estão associados, principalmente, às preocupações relacionadas ao aumento dos juros nos Estados Unidos.

Na sessão de hoje (9), outro fator ficou no radar dos investidores: o conflito entre Israel e Hamas. No último sábado (7), o grupo extremista islâmico atacou Israel, que contra-atacou em seguida. Isso provocou a morte de mais de mil pessoas, segundo os dados mais recentes. Também há milhares de desaparecidos e o Hamas está com dezenas de reféns.

Esse cenário caótico provocou a disparada de mais de 4% dos preços do barril de petróleo. O encarecimento do petróleo, que é uma das principais commodities do mundo, tem força para elevar a inflação global, o que pode pressionar os bancos centrais a manterem os juros elevados.

A saber, uma das principais consequências dos juros altos é o enfraquecimento da atividade econômica. Logo, o aumento dos juros não é algo benéfico para os países, mas necessário para controlar a inflação, que se refere ao aumento dos preços de produtos e serviços.

Preocupações globais poderiam impulsionar o dólar, mas a moeda caiu nesta segunda-feira (9)
Preocupações globais poderiam impulsionar dólar, mas moeda caiu nesta segunda-feira (9). Imagem: Shutterstock.

Por que o dólar caiu?

De todo modo, havia diversas razões para o dólar subir nesta segunda-feira (9), mas isso não aconteceu. Pelo contrário, a moeda americana teve uma queda firme, ainda mais para um dia marcado pelas preocupações globais. Então, o que fez a divisa tombar na sessão de hoje?

A resposta é simples: não houve negociações nos Estados Unidos, porque foi feriado de Colombo. Como o mercado americano estava fechado, os investidores não tiveram como buscar, por exemplo, os títulos americanos, que atingiram na semana passada o maior patamar em quase 15 anos.

Estes papeis, chamados de treasuries, são considerados os ativos mais seguros do mundo. Em suma, a sua rentabilidade vem crescendo nos últimos tempos devido aos juros elevados nos EUA, que tornam a renda fixa do país mais rentável. Aliás, estes títulos vêm sugando boa parte dos capitais de bolsas de valores ao redor do mundo, inclusive da brasileira.

Juros podem subir nos EUA

Nesta semana, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, deverá divulgar a ata da sua última reunião. O documento é muito importante, pois indica qual caminho a entidade deverá seguir.

Nos últimos anos, o Fed elevou os juros para segurar a inflação, que chegou ao maior patamar em quase 40 anos. Atualmente, a taxa de juros está no nível mais elevados em mais de duas décadas anos, e poderá subir ainda mais até o final do ano, algo que os investidores não desejam.

Durante a última reunião, o Fed optou por manter os juros estáveis nos EUA. Contudo, não descartou a possibilidade de elevar a taxa nas próximas reuniões, a depender dos dados econômicos nacionais.

Cabe salientar que os bancos centrais elevam os juros para segurar a taxa inflacionária nos países. Em síntese, os juros mais altos reduzem o poder de compra dos consumidores, que passam a comprar menos produtos e contratar menos serviços. Assim, a inflação perde força, já que a demanda se enfraquece.

A elevação dos juros acaba provocando o esfriamento da economia do país. Como os Estados Unidos são a maior economia do mundo, a preocupação é que esse resultado afete todo o planeta, provocando uma recessão econômica global.

No entanto, o que falou mais alto nesta segunda-feira (9) foi o fechamento do mercado norte-americano. Resta aguardar pela terça-feira (10), que não terá feriado no país, para ver se o dólar continuará em queda ou se irá disparar na sessão.

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