A Dívida Pública Federal terminou o ano de 2022 no valor de R$ 5,951 trilhões. O dado foi informado nesta quinta-feira (26) pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Economia.
Essa Dívida Pública inclui o endividamento interno e externo do Brasil. Além disso, o valor da dívida representa uma alta de 6,02% com relação a 2021, quando era de R$ 5,614 trilhões.
O valor da Dívida Pública também aumentou 1,37% com relação a novembro, quando estava em R$ 5,871 trilhões. No entanto, apesar do aumento significativo para dezembro, a dívida ficou abaixo do limite estabelecido pelo PAF (Plano Anual de Financiamento). Esse limite para a conclusão de 2022 estava entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões.
A porção da Dívida Pública no mercado interno também aumentou, fechando com alta de 1,37% com relação a novembro. Essa dívida é chamada de Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi).
Nesse sentido, esse crescimento ocorreu devido à apropriação positiva de juros, que ficou no valor de R$ 56,3 bilhões. A apropriação positiva de juros, para quem não conhece, é quando os juros da dívida são incorporados ao total todo mês.
Além disso, o crescimento da DPMFi também se deu por causa da emissão líquida mensal, que ficou em R$ 26,61 bilhões. Essa emissão ocorre quando o Tesouro emite mais títulos do que resgatou.
Dívida Pública Federal Externa (DPFe)
Diferentemente da Dívida Pública Mobiliária Federal interna, a DPFe caiu 0,89% em dezembro do ano passado, finalizando o ano de 2022 no valor de R$ 252,45 bilhões. Inclusive, o principal motivo dessa queda foi o recuo de 0,7% que o dólar sofreu no mês passado.
Sendo assim, desse total de R$ 252,45 bilhões, R$ 212,18 bilhões se referem à dívida mobiliária, assim como os R$ 40,28 bilhões restantes se referem à dívida contratual. Essa dívida contratual é aquela com bancos e organismos internacionais.
Além disso, a DPFe caiu 4,63% com relação a 2021, quando fechou em R$ 264,72 bilhões. De acordo com o Tesouro Nacional, não houve emissões de títulos públicos brasileiros no exterior em 2022, o que contribuiu para a diminuição do estoque da dívida no mercado fora do país.
Tesouro Nacional
O Tesouro Nacional emite, através da Dívida Pública, títulos com intuito de emprestar dinheiro de investidores e utilizá-lo para cumprir compromissos financeiros. Os investidores ganham uma taxa de rendimento sobre o dinheiro emprestado durante alguns anos, até que a dívida cesse. Essa taxa de correção pode seguir a taxa Selic (juros básicos), a inflação, o câmbio ou ser pré determinada (prefixada).
Além disso, os maiores detentores da dívida pública, em dezembro, eram as instituições financeiras, possuindo 29,12%. O aumento do estoque dos bancos, de novembro para dezembro, foi de R$ 1,61 trilhão para R$ 41,6 trilhão.
Logo atrás das instituições financeiras estão os fundos de investimento, que possuem 23,98% da Dívida Pública. Em seguida vêm os fundos de Previdência (22,83%), os investidores estrangeiros (9,36%), o governo (4,33%), as seguradoras (3,98%) e outros (6,4%).