Diretor e presidente do Banco Central sinalizam que batalha contra a inflação ainda não está ganha  - Notícias Concursos

Diretor e presidente do Banco Central sinalizam que batalha contra a inflação ainda não está ganha 

Governo está em alerta

O presidente do Banco Central (BC), Campos Neto afirmou em uma recente entrevista, que não há uma previsão de quedas de juros no momento, e que a princípio, há uma necessidade urgente de controlar a inflação no país. Ele observou uma melhora nos índices inflacionários dos últimos meses, mas que é preciso uma moderação, em razão de que existem ainda motivos de preocupação.

De acordo com Campos Neto, o BC iniciou seu caminho na alta dos juros básicos da economia brasileira um pouco antes, o que permitiu um controle efetivo dos índices de preços. Para ele, o trabalho não está feito, mas existe uma expectativa do mercado de uma redução dos juros, o que não deve ocorrer nos próximos meses.

No mês de agosto deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), teve um recuo de 0,73%, de acordo com um anúncio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é considerada a prévia da inflação oficial de todo o país. Em julho a deflação foi de 0,68%.

O índice de preços deste mês foi considerado o menor da série histórica, que começou em novembro de 1991. Uma das causas desta retração inflacionária é a redução do preço dos combustíveis, principalmente da gasolina e etanol e da energia elétrica. Esse fato foi devido a diminuição de seu Imposto de Circulação de Mercadoria e de Serviços (ICMS).

Cenário de incertezas

Mesmo com a melhora da inflação do país, o presidente do BC ainda se preocupa com o cenário econômico. Para ele, o recuo do índice de preços teve relação com a ações governamentais, e que é necessário combater esse processo de aumento inflacionário. O país está passando por um período de três meses de deflação, “mas a batalha não está ganha”..

Para Campos Neto, o cenário econômico para 2023 é de incertezas, pois deve haver um retorno dos impostos, além de não se saber como será feito o Auxílio Brasil, o modo como ele será financiado. Portanto, para ele, é preciso que o BC seja vigilante e persistente no controle da inflação, mesmo que seja necessário o aumento dos juros.

Já o diretor de Política Monetária  do BC, Bruno Serra, afirma que a postura para os próximos três meses é de “guarda alta”. Ele diz que o valor da taxa básica de juros da economia (Selic) pode causar uma retração e um forte impacto na economia brasileira no segundo semestre do ano.

Segundo o diretor, o ciclo de alta dos juros foi longo e mais duro que o de 2021, com o mercado sinalizando a necessidade de uma alta da taxa Selic. No atual momento, espera-se o contrário, uma redução dos juros básicos da economia. Para ele, o BC deve colocar esta questão na mesa, em sua próxima reunião.

Bruno Serra afirma que houve uma melhora do mercado em relação ao recuo do IPCA, do índice de preços. Dessa forma, houve uma visão econômica mais positiva, porém, é preciso ter cautela. De acordo com o diretor, a política monetária nacional ficará ainda mais restritiva, antes de uma possível queda na taxa Selic.

Queda de juros para reduzir a inflação

Para Serra, o mercado vem discutindo uma possível queda da taxa selic. O BC deve tomar uma posição a cada 45 dias, tendo em vista o futuro econômico. O mercado, por outro lado, tenta se antecipar. Segundo ele, há uma inconsistência no fato do mercado estimar uma inflação em 2024 acima do teto e uma queda de juros em 2023. “É no mínimo desafiador para o BC imaginar um cenário destes”, disse.

O diretor de Política Monetária do Banco Central sinalizou que é preciso uma redução da atividade econômica do país para que a inflação retorne para a meta do governo, e lembrou que nos últimos tempos, houve um aumento do produto Interno Bruto (PIB) nacional, no mesmo momento de uma baixa do índice de preços.

Ele comemorou a diminuição do desemprego nos últimos meses, a menor taxa dos últimos oito anos. No entanto, apresentou dúvidas relacionadas à Pesquisa Nacional da Amostra de Domicílios (Pnad), afetada em razão da pandemia da covid. Para ele, o estudo não reflete a realidade brasileira. 

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