Conforme informações do Banco Central do Brasil (BCB) em 2021, as importações brasileiras de bens cresceram substancialmente acima do Produto Interno Bruto (PIB).
Esse descolamento ocorreu apesar do câmbio real em patamar historicamente desvalorizado, de problemas logísticos no comércio internacional e de interrupções no fornecimento de alguns produtos devido a dificuldades na cadeia mundial de suprimentos em atender a demanda global.
Segundo informa o Banco Central do Brasil (BCB), em comparação a 2019, período pré?pandemia, o volume das importações de bens e o Produto Interno Bruto (PIB) cresceram, respectivamente, 11,0%e 0,5%, enquanto o câmbio real se depreciou 32,0%.
Além do aumento das importações de combustíveis, resultado da demanda elevada em contexto de crise energética por escassez hídrica, destacaram no período os bens intermediários, explica o Banco Central do Brasil (BCB).
Correspondendo a 66,0% da pauta de importação brasileira em 2021, o volume importado da categoria no ano passado foi 17,2% maior do que em 2019, configurando o maior aumento entre as classificações de grandes categorias econômicas (CGCE) nessa comparação.
Parte substantiva dos bens intermediários (BI) importados serve como insumo para a indústria nacional, relação evidenciada pela forte correlação que considera variações interanuais trimestrais das importações de BI (em volume) e da produção industrial (medida pela Pesquisa Industrial Mensal – PIM, do IBGE).
O Banco Central do Brasil (BCB) informa que também nessa comparação, em que os movimentos cíclicos são mais correlacionados, os maiores desvios da relação histórica ocorreram no período posterior à pandemia.
Em um primeiro momento (2T2020), a produção industrial caiu proporcionalmente mais do que o indicado pela relação histórica com as importações de BI. A produção se recuperou no trimestre seguinte e retornou para patamar próximo à relação histórica no final de 2020 e início de 2021. No segundo semestre de 2021, contudo, o volume importado de bens intermediários cresceu fortemente, enquanto a produção industrial recuou, pondera o Banco Central do Brasil (BCB).
Todos os dados utilizados referentes ao volume importado, incluindo suas aberturas, são referentes a índice de quantum de elaboração própria do Banco Central, construído utilizando dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do ME seguindo metodologia da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), explica o Banco Central do Brasil (BCB) em sua plataforma oficial.