A pandemia de Covid-19 parou o mundo e obrigou principalmente a área educacional a evoluir e acelerar seu processo de transformação digital. Nesse sentido, muitas escolas tiveram que trabalhar com aulas remotas, enquanto outras que já tinham expectativas de se tornarem a distância, apenas anteciparam seus planos. Em compensação, aquelas fundadas na modalidade 100% digital, não sentiram grandes impactos.
Principalmente no início da pandemia, percebeu-se uma educação remota de improviso e alguns locais se saíram melhor que os outros. No Estado de São Paulo, por exemplo, foi possível assegurar internet gratuita para qualquer aluno das escolas estaduais que tenha um celular compatível, o que facilitou as aulas a distância.
Entretanto, apenas essa solução não foi suficiente, uma vez que algumas tarefas exigiam auxílio dos professores. Afinal, por muitas vezes os pais não têm formação acadêmica para dar o suporte necessário. Boa parte desse processo ocorreu em uma linguagem inacessível para o aluno e para a pessoas ao seu redor.
Ensino remoto exigiu muito de pais e professores
De acordo com Solange Ferreira de Moura, doutora na área de Direito e Diretora Acadêmica Adjunta de Graduação na Unyleya, a acessibilidade foi uma grande conquista. Os professores criaram atividades para acontecerem a distância, o que na verdade deu muito trabalho aos pais.
“Os professores da educação presencial ficaram numa saia justíssima e tiveram que dar conta do recado. Eu admiro profundamente esses profissionais, que trabalharam loucamente nessa pandemia, produzindo inclusive materiais que nas universidades a distância são feitos em departamentos dedicados a isso. O professor acabou tendo que fazer na casa dele, usando o próprio computador, a própria internet, energia e, claro, as próprias noites, para produzir materiais para as aulas online. Se tem heróis além dos profissionais da saúde, são os professores da educação básica, que fizeram de tudo. Já os da educação superior tiveram um pouco mais de suporte, uma vez que muitas das Universidades já tem departamentos de educação a distância”, explica.
Diferença para a educação a distância
Diferente das aulas remotas, a educação a distância é toda planejada e desenvolvida para ser executada nesta modalidade com os recursos inerentes a esse modelo.
“A EAD nos dá inúmeras possibilidades e queremos quebrar o invólucro de que filmar teatro é cinema, porque não é. Existe uma grande diferença entre oferecer aulas remotas e educação a distância. A lógica é outra: é multimídia e multifontes. Quando planejamos uma educação inteiramente digital, trabalhamos com as características do nosso público, com cursos de nivelamento. Para cada disciplina se desenvolve um livro didático. Conseguimos também identificar a competência leitora dos alunos que nos chegam e incluirmos a literatura das bibliografias básicas complementares dos cursos que têm uma linguagem mais elaborada, promovendo uma educação mais inclusiva”, ressalta.
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