Os dicionários registram um vasto conjunto de palavras que fazem parte da nossa comunicação diária. Apesar de conterem as palavras usadas em uma língua, essas obras lexicográficas dificilmente abarcam toda a riqueza de vocabulário de uma língua natural.
A tarefa de escolher quais palavras merecem um lugar de destaque em um dicionário é uma tarefa complexa, que envolve uma cuidadosa avaliação, pesquisa e uma compreensão profunda da língua em questão.
Atualmente, os dicionários são obras de referência completas que refletem o dinamismo da linguagem e o vasto espectro de palavras usadas em uma língua. No entanto, para a formação de uma dessas obras, há uma vasto processo de pesquisa e seleção de vocábulos, já que não é possível abarcar a todos.
Nesse texto, explicaremos o processo de seleção de palavras para um dicionário, a importância das fontes e o papel da cultura na construção desses compêndios linguísticos.
A primeira etapa na criação de um dicionário é a coleta de palavras. Tradicionalmente, as palavras eram reunidas por meio de textos escritos, como livros e jornais.
No entanto, com o advento da internet, as fontes de coleta se diversificaram e multiplicaram. Além dos textos impressos, os lexicógrafos agora também exploram sites, blogs, mídias sociais e até mesmo mensagens de texto. Essa ampla gama de fontes reflete a evolução constante da língua, capturando neologismos e, principalmente, mudanças na linguagem em tempo real.
A seleção de palavras é uma tarefa que requer discernimento e critério. Os lexicógrafos devem decidir quais palavras devem fazer parte de um dicionário com base em sua relevância e uso.
Nesse sentido, a inclusão de uma palavra em um dicionário depende de alguns critérios. Alguns desses critérios são frequência de uso, amplitude geográfica, presença em fontes respeitáveis e persistência ao longo do tempo.
No entanto, a decisão final não está estritamente baseada em números; o contexto cultural e social também desempenha um papel fundamental.
Ao examinar a relevância de uma palavra, os lexicógrafos consideram a frequência com que ela é usada. Palavras amplamente utilizadas na comunicação cotidiana têm uma probabilidade maior de serem incluídas em um dicionário.
Além disso, a extensão geográfica do uso da palavra também é levada em consideração. As palavras que são usadas em várias regiões e países têm maior probabilidade de serem incluídas para representar o uso global da língua.
A presença da palavra em fontes respeitáveis é outro indicador da sua importância. Se uma palavra está presente em publicações acadêmicas, literárias e jornalísticas de renome, isso aumenta a probabilidade de sua inclusão em um dicionário. Afinal, os dicionários têm a responsabilidade de refletir a língua de forma precisa, e as fontes confiáveis desempenham um papel fundamental nesse processo.
A persistência no tempo também é um fator fundamental. As palavras efêmeras, que surgem repentinamente e desaparecem com a mesma rapidez, geralmente não encontram seu lugar em um dicionário.
Em contrapartida, palavras que resistem ao teste do tempo e mantêm sua relevância ao longo de décadas ou séculos têm maior de figurarem em dicionários.
Além disso, os lexicógrafos também avaliam a qualidade do uso da palavra. Nesse sentido, os profissionais observam o uso da palavra em diferentes contextos e com quais nuances de significado. Isso é crucial para a criação de definições precisas e abrangentes que capturem a riqueza semântica da palavra.
Além dos critérios objetivos, a subjetividade também desempenha um papel na seleção de palavras. Os lexicógrafos são, em última instância, seres humanos com sensibilidades culturais e linguísticas. Eles trazem suas próprias experiências, conhecimentos e preconceitos para a tarefa de selecionar palavras, o que reflete a diversidade cultural de uma língua natural.
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