O desemprego aumentou no Brasil nos três primeiros meses deste ano. Ao menos é o que revela a nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, a taxa de pessoas sem emprego atingiu a marca dos 8,8%, ou algo em torno de 9,8 milhões de brasileiros.
Embora represente uma elevação em relação ao trimestre anterior, os dados divulgados revelam que esta é a menor taxa de desempregados desde o primeiro trimestre de 2015. Em 2022, por exemplo, neste mesmo período a taxa de desemprego era de 11,1%, atingindo mais brasileiros que não estavam conseguindo trabalho.
Quando se compara com o trimestre anterior, o aumento foi de 0,9 pontos percentuais. Com estes números, é possível afirmar que houve um aumento de 860 mil pessoas a mais sem emprego. No que se refere ao mesmo período de 2022, a queda indicada é de 2,5 milhões de trabalhadores aproximadamente.
O IBGE avalia que é natural que os números de desemprego aumentem nos primeiros trimestres de cada ano. Segundo o Instituto, este movimento acontece porque mais pessoas têm o contrato temporário suspenso e acabam tendo que procurar novas maneiras de se sustentar.
“Esse movimento de retração da ocupação e expansão da procura por trabalho é observado em todos os primeiros trimestres da pesquisa, com exceção do ano de 2022, que foi marcado pela recuperação pós-pandemia. Esse resultado pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade, após dois anos de movimentos atípicos”, disse a Coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
Os dados da pesquisa
Nível de ocupação
Segundo o IBGE, a taxa de ocupação do primeiro trimestre foi de 56,1%. Esta é a grandeza que mede a porcentagem de brasileiros que estão em idade de trabalhar e que estão trabalhando de fato. Houve uma queda de 1 ponto percentual em relação aos dados divulgados no último trimestre do ano passado.
Força de Trabalho
A pesquisa indica ainda que a população fora da força de trabalho representa hoje cerca de 67 milhões de pessoas. São cidadãos que buscaram algum emprego e não conseguiram, e também aqueles que não chegaram a buscar nenhum tipo de trabalho, mesmo considerando que eles poderiam trabalhar.
Em números totais, o IBGE também identificou os seguintes dados:
- População ocupada: 97,8 milhões;
- População desalentada: 3,9 milhões;
- Empregados com carteira assinada: 36,7 milhões;
- Empregados sem carteira assinada: 12,8 milhões;
- Trabalhadores por conta própria: 25,2 milhões;
- Trabalhadores domésticos: 5,7 milhões;
- Trabalhadores informais: 38,1 milhões;
- Taxa de informalidade: 39%.
Desemprego no Caged
Na quinta-feira (27), uma outra grande pesquisa de medição do desemprego foi divulgada pelo Cadastro geral e Empregados e Desempregados (Caged). Segundo o levantamento, o Brasil gerou 195.171 mil empregos com carteira assinada no último mês de março. O Caged é ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego.
Desse modo, conforme o levantamento, o Brasil registrou em março 2.168.418 contratações e 1.973.247 demissões. A diferença entre os dados mostra uma variação positiva para as admissões. Em março do ano passado, o mesmo Caged indicou a criação de pouco mais de 98 mil empregos.
Neste sentido, ao considerar a comparação entre trimestres, é possível perceber que o Caged aponta a criação de 526 mil empregos formais no decorrer dos três primeiros meses deste ano. Neste caso, há uma queda em relação ao que se viu no ano anterior, quando cerca de 619 mil vagas formais foram criadas, de acordo com a mesma pesquisa.
Mas qual é a diferença entre os dois levantamentos? De um modo geral, o Caged é uma pesquisa que considera os números do desemprego no Brasil levando em conta apenas os dados dos trabalhos formais. Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE é mais ampla, já que considera também os dados do mercado informal.