Empregos

Desemprego: Mais de 3,4 milhões de brasileiros estão na fila há anos

Mais de 3,4 milhões de brasileiros estão na fila do desemprego por mais de 2 anos, segundo o IBGE. O número corresponde a até 29% do total de desempregados no país, sendo que o cálculo total até o final do primeiro trimestre do ano chegava a até 11,9 milhões.

Isso mostra que cerca de três em cada dez brasileiros que estão em situação de desemprego no país já estão a mais de dois anos buscando uma recolocação no mercado de trabalho.

Esses dados foram apontados e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando que ao final do primeiro trimestre de 2022 o número de trabalhadores exatos que estavam em desemprego por mais de 2 anos chegava a 3,463 milhões.

Esta é a segunda maior onda de proporção de desempregados por mais de 2 anos. O recorde até o momento foi registrado no quarto trimestre, em 2021, quando o cálculo mostrou até 3,6 milhões de desempregados nessa fila, correspondendo a 30,3% do total de brasileiros que estavam em busca de uma vaga de trabalho naquele período.

Como alguém se encaixa na categoria de desempregado no Brasil?

Só é considerado desempregado aquele trabalhador que não está ocupado no mercado de trabalho e que tem disponibilidade para trabalhar, estando à procura efetivamente de uma vaga. De acordo com o estudo do IBGE, ao final do mês de março, 40,8% desses trabalhadores já estavam em busca de uma nova oportunidade de trabalho há mais de um mês.

Uma parcela menor de 12,9% estão na fila há mais de um ano, porém não chegam aos 2 anos. Os que buscavam uma nova vaga há menos de um mês somavam até 17,2% do total de desempregados. Com a reabertura do comércio e a retomada do setor de serviços, há uma expectativa que esse número possa cair.

Várias situações podem levar alguém a entrar na fila por um bom tempo. O IBGE ainda não realizou uma análise detalhada com as características dos desempregos por faixas etárias, gênero, cor, raça e também o nível de instrução desde o início da pandemia, para entender como esse processo funciona.

Colocação no mercado de trabalho é mais difícil quando se está mais tempo desempregado?

A análise dos dados sugere que quanto mais tempo o trabalhador está desempregado, maior a dificuldade de ele conseguir uma recolocação no mercado de trabalho. De modo geral na história, a maior parte dos desempregados no país se concentram entre um mês a até 1 ano sem emprego, sendo que em 2020 essa faixa chegou a representar até 50% do total, um recorde.

Na contramão desses números, o percentual do número de pessoas em situação de desemprego há mais de dois anos havia aumentado desde o primeiro trimestre com a presença da pandemia em 2020 e o quarto trimestre em 2021, só havendo um recuo no último estudo do IBGE divulgado em relação aos três primeiros meses deste ano.