Já diria o ditado “não está fácil para ninguém” e parece que no Brasil a frase ganhou forma. Para se ter uma ideia, o percentual de famílias endividadas em junho teve o maior número desde 2010.
Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (01) e fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
O estudo é realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
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Alta das famílias endividadas
O primeiro semestre do ano terminou com um total de 69,7% das famílias brasileiras endividadas.
O valor é 2,5% de famílias endividadas a mais se compara com junho de 2020 e 1,7% em relação a maio de 2021.
Ainda há 10,8% que afirmaram que não ter recursos para pagar as contas do mês ou outras dívidas. No mês de maio 10,5% das famílias estavam nesta situação.
Se comparado com junho de 2021 as famílias que declaram não ter dinheiro para pagar o que teve uma leve diminuição de 0,8%.
Motivos do endividamento e buscas por empréstimo
As famílias brasileiras enfrentam, o que contribui para este cenário, a inflação em alta e diminuição do valor pago pelo auxílio emergencial. A afirmação é de José Roberto Tadros, presidente da CNC.
“Ainda que os indicadores de inadimplência se encontrem mais baixos na comparação anual, os números mostram que as famílias têm se endividado mais ao longo do ano para conseguir manter algum nível de consumo, respaldadas por uma frágil segurança no mercado trabalho, e preços mais altos dos itens de primeira necessidade”, afirma Tadros.
Em março deste ano, Izis Ferreira, economista da CNC responsável pelo estudo, ainda destacou que as famílias mais pobres estão buscando uma alternativa em comum.
“Apesar de estarem sendo obrigadas a restringir o consumo, as famílias mais pobres podem precisar recorrer ao crédito para situações de urgência ou iniciativas de empreendedorismo, como forma de complementação de renda. Por outro lado, a mudança de trajetória na política monetária, com aumento dos juros, fará com que as famílias adotem ainda mais rigor na contratação de dívidas”, declarou.
Famílias endividas com renda menor são maioria
A pesquisa ainda revelou uma diferença quanto ao endividamento das famílias brasileiras: famílias endividas com renda menor são maioria.
- Famílias que recebem até 10 salários-mínimos (atuais R$ 11 mil): Em junho de 2020, 68,2% estavam endividas, já no mesmo mês de 2021 são 70,7%.
- Famílias que recebem mais de 10 salários-mínimos (atuais R$ 11 mil): Em junho de 2020, 60,7% estavam endividas, já no mesmo mês de 2021 são 65,5%.
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