A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (29) qual será a bandeira tarifária da conta de luz em janeiro de 2024. Todos os meses, os brasileiros ficam atentos à decisão da agência, que divulga a informação tradicionalmente na última sexta-feira do mês anterior, levando em consideração a situação energética do país.
A saber, a Aneel criou as bandeiras tarifárias em 2015. Em resumo, o sistema reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica, estabelecendo qual será a bandeira do país. A definição ocorre de acordo com as projeções de custos e o nível em que se encontram os reservatórios.
Portanto, quanto mais chuvas nas regiões dos reservatórios, melhor para a população brasileira. Aliás, vale destacar que as bandeiras tarifárias também funcionam como um indicador do comportamento que os consumidores deverão ter. Por exemplo, quanto mais elevado o patamar estiver, mais consciente a pessoa deve ser, racionando o uso de energia elétrica.
Bandeira tarifária em janeiro de 2024
Para o primeiro mês de 2024, a Aneel manterá a bandeira tarifária verde em vigor, aliviando o bolso dos brasileiros por mais um mês. As últimas decisões da entidade vêm animando os consumidores, que podem comemorar a manutenção da fatura um pouco mais barata.
Com a nova decisão da Aneel, janeiro será o 21º mês completo sem cobrança adicional na conta de luz para os consumidores. Isso porque, em meados de abril de 2022, a agência passou a adota essa bandeira tarifária no país, e isso se mantém até hoje em dia. Significa que os brasileiros estão há quase dois anos sem pagar valores extras na tarifa de energia elétrica.
Para 2024, existe muita expectativa em relação à continuidade da bandeira verde no país, caso as chuvas continuem caindo de maneira regular nos locais onde se encontram os reservatórios. E o primeiro mês de 2024 vem confirmando as previsões, com a bandeira verde vigorando por mais um mês no Brasil.
Demanda por energia elétrica bate recorde no Brasil
Em meados de novembro, a demanda por energia elétrica no Brasil bateu recorde por dois dias seguidos. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que a demanda de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) superou 100 GW (gigawatts) na segunda e na terça-feira, dias 13 e 14, algo que nunca havia acontecido no país.
A saber, a demanda por energia disparou 16,8% no Brasil nas primeiras semanas de novembro, refletindo o aumento do consumo. Isso aconteceu devido às temperaturas muito elevadas, que fizeram as pessoas buscarem maneiras de se refrescar, com ares-condicionados e ventiladores.
O consumo recorde de energia elétrica no Brasil ocorreu devido a uma massa de ar quente que cobriu parte do país. Com isso, as temperaturas ficaram acima do normal, dificultando a vida das pessoas, que veem na energia elétrica uma forma de acabar com o calor e o desgaste que as temperaturas elevadas causam.
Inclusive, esse cenário causou preocupação ao mercado, que passou a acreditar na mudança da bandeira tarifária em vigor no país. Como dezembro teve dias com temperaturas um pouco mais amenas, sem bater recorde de calor, a situação foi colocada um pouco de lado. Ainda assim, as atenções seguem direcionadas às próximas decisões da Aneel.
Sistema de bandeiras tarifárias da Aneel
A Aneel possui um sistema de bandeiras tarifárias que adiciona uma cobrança às contas de energia dos consumidores. A saber, as bandeiras tarifárias possuem três cores: verde (que não promove cobranças adicionais), amarela e vermelha (ambas aplicam cobranças extras aos consumidores).
- Bandeira verde: não há cobrança extra na conta de luz porque a situação dos reservatórios se mostra positiva e há condições favoráveis de geração de energia;
- Bandeira amarela: quando o cenário começa a apresentar condições menos favoráveis, a Aneel recorre à bandeira amarela, com cobrança extra de R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha patamar 1: começa a valer quando as condições estiverem desfavoráveis, promovendo uma cobrança de R$ 6,500 a cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha patamar 2: tarifa vale quando o cenário fica crítico, com condições muito desfavoráveis e custos de produção de energia muito elevados no país. Nesse caso, há uma cobrança de R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos.
Vale ressaltar que o sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015. Ele tem o objetivo de indicar os custos da geração de energia no país aos consumidores. Além disso, busca aliviar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia.
Em 2021, houve a criação da bandeira escassez hídrica, que surgiu para que o país superasse a dificuldade enfrentada com a maior crise hídrica já enfrentada pelo país em mais de 90 anos. Em abril de 2022, a bandeira foi extinta graças à melhora da situação energética do país.