Economia

Déficit do governo aumentou 666,5% em 2020

Em ano de pandemia, as contas do governo fecharam com déficit primário recorde. O valor atingiu R$ 743,087 bilhões, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (28), pela Secretaria do Tesouro Nacional.

O déficit é 666,5% maior do que o registrado em 2019, que foi de R$ 95,065 bilhões, e, segundo o Tesouro Nacional. Este montante representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado.

Só o déficit da Previdência em todo o ano passado foi de  R$ 269,8 bilhões. Ainda no mês de dezembro, o governo teve déficit de R$ 44,113 bilhões.

Mesmo com os altos números, o valor do déficit primário total foi menor que o esperado oficialmente pelo governo, que era de R$ 831,8 bilhões.

A diferença entre o esperado e o realizado, aconteceu, secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, devido há pelo a um valor de crédito extraordinário de R$ 33 bilhões que não foi utilizado.

O valor deixou de ser gasto inclui:

  • R$ 23 bilhões não gastos eram previstos para o auxílio emergencial;
  • Houve também uma redução de R$ 8,5 bilhões nas despesas do governo com subsídios.

A princípio, o rombo nas contas públicas significa que os valores arrecadados pelo governo com os impostos não foram suficientes para arcar com todos os gastos. Em outras palavras, houve déficit primário.

O conceito leva o nome de déficit primário por não levar em consideração a dívida pública.

Para haver superávit, o dinheiro arrecadado deveria ser superior às dívidas que  foram pagas.

Outro problema enfrentado pelo governo é a dívida pública que está em R$5,009 trilhões, após aumentos de 17,9% em 2020.

Reflexo da pandemia

Os resultados, de acordo com o governo, tem relação com o aumento de despesas necessárias para combater a a pandemia do Covid-19.

O Tesouro estima que só com as despesas primárias foram gastos R$ 539,6 bilhões.

Outro fator determinante foi a queda da arrecadação de impostos em 6,91% em 2020. Foi o pior resultado para um ano fechado desde 2010.

Este resultado foi impulsionado além de pelas restrições das atividades ecônomicas, como também ações para auxiliar empresas em dificuldade e o adiamento da cobrança de impostos. O governo chegou a zerar aliquota de alguns produtos.

“Alguma coisa [do déficit primário] foi por frustração de receitas, mas uma boa parte por ações necessárias ao enfrentamento da pandemia”, afirmou Funchal.

Ainda no ano passado é possivel destacar  o déficit de alguns órgãos.

  • Previdência Social – R$ 269,8 bilhões – alta de 18,7%;
  • Tesouro Nacional e o Banco Central, juntos, registraram déficit de R$ 501,7 bilhões.