Por meio de uma Medida Provisória (MP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu liberar os pagamentos de dois salários mínimos para um grupo específico de trabalhadores. Com a decisão, estes cidadãos deverão receber o montante de R$ 2,8 mil em suas contas.
A assinatura da MP pelo presidente Lula aconteceu nesta quinta-feira (6) durante evento no Rio Grande do Sul. O estado passa neste momento pela maior tragédia ambiental de toda a sua história. De acordo com os dados mais recentes da Defesa Civil local, milhares de gaúchos seguem desabrigados ou desalojados neste momento.
E é justamente este público que está no foco da liberação dos dois salários mínimos pelo governo federal. A ideia é que esta liberação do presidente Lula ajude as empresas que também perderam boa parte de suas produções nas chuvas. Em contrapartida, estas companhias não poderão demitir os seus trabalhadores neste momento.
Quem vai receber os dois salários
De acordo com a MP assinada, a ideia do governo federal é liberar o dinheiro para algo em torno de 430 mil trabalhadores do Rio Grande do Sul. Estamos falando de:
- 326.086 trabalhadores celetistas;
- 40.463 trabalhadores domésticos;
- 27.220 Pescadores artesanais;
- 36.584 estagiários.
Além de receber o saldo em suas contas, estes trabalhadores deverão ganhar estabilidade de quatro meses, ou seja, não poderão ser demitidos por suas empresas neste meio tempo.
A primeira parcela do salário mínimo, no entanto, ainda não vai sair do papel agora. Por conta de pendências burocráticas, estes trabalhadores só devem receber o saldo em julho.
“Vamos estabelecer a adesão das empresas. Nós vamos oferecer duas parcelas de um salário mínimo a todos os trabalhadores formais do estado do Rio Grande do Sul que foram atingidos na mancha. Não simplesmente nos municípios de calamidade. Os municípios em calamidade e em situação de emergência, desde que atingido pela mancha da inundação”, disse o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
Reconstrução do Rio Grande do Sul
Em sua visita ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (6), o presidente Lula disse que o governo federal vai fazer o possível para reconstruir o estado o mais rapidamente possível.
“A gente não quer procurar culpado. A gente quer procurar solução para diminuir o sofrimento das pessoas”, defendeu Lula.
“A gente vai ter que escolher melhor lugar para casa, melhor lugar para escola, melhor lugar para hospital. A gente vai ter que transformar esse lugar que encheu d’água em bosque, em praça para que as pessoas possam correr, andar de bicicleta, que as pessoas possam fazer cooper, levar família final de semana, mas nunca mais a gente vai colocar essas pessoas para morar num lugar em que ele vai correr risco de vida”, disse.
“Só tem três pessoas que têm mais experiência do que eu nesse país. Dom Pedro [II], que governou durante quase 70 anos até a proclamação da República, quase 70 anos no poder; Getúlio Vargas que fez a Revolução de 30, ficou até 1945 e depois foi eleito e 54. Depois dos dois, só eu. Ninguém tem a quantidade de experiência que eu tenho de viver problema neste país”, seguiu.
Casa de graça
O governo federal também iniciou oficialmente nesta quinta-feira (6) o processo de compra de casas para pessoas que estão precisando de moradia. O início do processo foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assinou a portaria que possibilita a compra de imóveis já prontos.
O foco desta compra está nas pessoas do Rio Grande do Sul. O estado passa neste momento pelo maior desastre ambiental de toda a sua história. Dados mais recentes da Defesa Civil local indicam que milhares de gaúchos estão desabrigados ou desalojados em decorrência das fortes chuvas.
“Assinamos hoje a liberação para que a Caixa possa recepcionar as propostas de unidades habitacionais, sejam novas ou usadas, para que o governo federal possa adquirir essas unidades prontas para entregarmos para essas famílias”, disse o ministro das Cidades, Jader Filho.