Criação de empregos no Brasil DESPENCA em julho e preocupa trabalhadores
O Ministério do Trabalho e Previdência informou nesta quarta-feira (30) que o Brasil criou 142,7 mil postos de trabalho formal em julho de 2023. O resultado mostra que o país registrou bem mais admissões que demissões no sétimo mês do governo Lula.
Embora os dados sejam expressivos, a quantidade de vagas formais de emprego geradas em julho deste ano foi 36,6% menor que a observada no mesmo mês de 2022. A propósito, o Brasil havia criado 225 mil empregos em julho do ano passado.
Os dados mais fracos neste ano não estão restritos a julho. Em síntese, o governo Lula vem enfrentando desafios quando o assunto é geração de emprego, registrando resultados inferiores aos observados no mesmo período de 2022.
Todos os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Vale destacar que não é mais adequado fazer comparações com os dados referentes a anos anteriores a 2020, pois o governo federal do ex-presidente Jair Bolsonaro modificou a metodologia do levantamento.
Contratações totalizam 1,88 milhão em julho
De acordo com os dados do Caged, o mercado de trabalho brasileiro teve os seguintes números em julho deste ano:
- Contratações: 1,883 milhões;
- Demissões: 1,740 milhão.
Com o acréscimo do resultado de julho, o Brasil passou a registrar um saldo de 43,61 milhões de empregos com carteira assinada. Em suma, o valor superou em 0,3% o saldo observado em junho (43,46 milhões).
Já na comparação anual, o avanço foi ainda maior, de 3,7%. Em julho do ano passado, o Brasil tinha um saldo de 42,04 milhões de empregos com carteira assinada.
O Ministério do Trabalho também revelou que o Brasil criou 1,16 milhão de vagas formais de emprego nos sete primeiros meses de 2023. O número ficou 27,7% menor que o registrado no mesmo período de 2022 (1,61 milhão).
Brasil deve criar 2 milhões de vagas em 2023
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que os dados relacionados à geração de empregos formais no Brasil em 2023 estão vindo de acordo com as estimativas do governo federal. Aliás, a expectativa é que o país crie dois milhões de postos formais de trabalho neste ano.
“Creio que o crédito, os juros altos, ainda atrapalham o encadeamento da economia brasileira. Mas em compensação, o anúncio por parte do governo da retomada de obras paradas, assim como novos anúncios do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], do Minha Casa Minha Vida, apontam cenários de investimento com aspecto positivo para a economia brasileira“, disse o ministro,
No mês passado, Luiz Marinho disse que a “inadequação esquizofrênica” dos juros no Brasil estava prejudicando a economia brasileira. Ele afirmou que o país poderia ter gerado mais empregos nos últimos meses caso os juros estivessem em um nível menor. A propósito, o Banco Central reduziu em 0,50 ponto percentual a taxa de juro do país no início deste mês, para 13,25% ao ano.
Setor de serviços se destaca em julho
O levantamento do Ministério também mostrou que o setor de serviços se destacou na criação de empregos formais no Brasil em julho de 2023, assim como acontece em praticamente todos os meses.
Veja abaixo quantas vagas foram criadas em cada setor pesquisado:
- Serviços: 56.303 postos de trabalho;
- Agropecuária: 12.978 postos de trabalho;
- Construção: 25.423 postos de trabalho;
- Comércio: 26.744 postos de trabalho;
- Indústria: 21.254 postos de trabalho.
Em resumo, o setor de serviços liderou a criação de empregos no país em julho, algo que ocorre em praticamente todos os meses dos anos. O saldo do setor ficou bem maior que o registrado pelos demais grupos, mas todos eles apresentaram resultados positivos no mês.
Esse é o quarto mês consecutivo em que todos os grupamentos registraram resultados positivos. Embora os serviços tenham liderado a criação de vagas, o número de postos de trabalho criados caiu 26,3% em relação a junho (76.420 vagas).
Isso também aconteceu com a agropecuária, que teve queda de 52,2% na comparação mensal (27.159 vagas). Por outro lado, o número de vagas criadas cresceu na indústria (75,4%), no comércio (30,1%) e na construção (21,3%).
Sudeste lidera ranking nacional de vagas criadas
O Ministério do Trabalho também revelou dados sobre as regiões brasileiras. No sétimo mês de 2023, houve a abertura de vagas em todas as regiões do país. Veja os dados de cada uma delas:
- Sudeste: 70.205 vagas de emprego;
- Nordeste: 32.055 vagas de emprego;
- Centro-Oeste: 18.310 vagas de emprego;
- Norte: 14.756 vagas de emprego;
- Sul: 7.275 vagas de emprego.
Os dados mostram que a região Sudeste respondeu por quase metade do total de vagas criadas no país em julho. Apesar do resultado expressivo, o número do Sudeste ficou 7,7% menor que o registrado em maio, quando criou 76.081 vagas formais.
As demais regiões também registraram queda na criação de vagas de emprego em julho, com exceção do Norte, onde as vagas cresceram 4,6% em relação a junho (14.105 vagas). Já as variações das demais regiões foram as seguintes: Sul (-24,1%), Centro-Oeste (-15,0%) e Nordeste (-4,7%).
Por fim, vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, não incluindo os trabalhadores informais do país. Portanto, os dados não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD).