Segundo estudo publicado nesta segunda (08) na revista Nature Medicine, a vacina da Pfizer desenvolvida junto com a Biontech conseguiu neutralizar, em laboratório, três variantes do novo coronavírus encontradas na África do Sul e no Reino Unido.
No estudo, a vacina da Pfizer foi testada contra as mutações N501Y (verificada nos dois países), D614G (só no Reino Unido) e E484K (só na África do Sul) localizadas na proteína S (Spike), que é a parte do vírus responsável por se conectar com as células humanas. As variantes foram combinadas pelos pesquisadores e testadas contra o soro de 20 pessoas que haviam participado dos testes clínicos da vacina.
Para testar a eficácia da vacina na criação de anticorpos para combater o novo coronavírus, o estudo analisou a quantidade de anticorpos fabricados pelo corpo depois de duas ou quatro semanas da imunização com duas doses da vacina. O teste foi feito contra a cepa original do coronavírus, cuja eficácia da vacina da Pfizer é de 95%, e contra as três variantes com poder maior de transmissão.
O resultado foi que a vacina da Pfizer conseguiu neutralizar as três mutações do coronavírus, apresentando uma taxa de eficácia ligeiramente inferior contra a mutação E484K, identificada na África do Sul. Os resultados preliminares do estudo liderado por Pei-Yong Shi, da Universidade do Texas, e Philip Dormitzer, da Pfizer já haviam sido divulgados em janeiro, mas só agora foram revisados por pares e publicados em uma revista científica.
“A evolução contínua do SARS-CoV-2 exige um monitoramento contínuo do significado dessas mudanças para a eficácia da vacina. Esta vigilância deve ser acompanhada de preparativos para a possibilidade de que futuras mutações possam exigir mudanças nas vacinas”, escreveram os autores.
Reino Unido confia na vacina da Pfizer contra as mutações do coronavírus
Nesta segunda (08), o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, manifestou otimismo em relação a eficácia das vacinas atuais contra as novas variantes do coronavírus. Ele disse confiar tanto na vacina da Pfzier quando no imunizante da Universidade de Oxford e da Astrazeneca, que teve a distribuição suspensa na África do Sul após mostrar queda na eficácia contra a variante sul-africana.
“Achamos que ambas as vacinas que estamos usando atualmente são eficazes. Também acreditamos que há boa evidência de que [as vacinas] estão parando a transmissão também. Elas continuam sendo um benefício gigante para nosso país e para nossa população”, disse o premiê a jornalistas.
Segundo Boris Johnson, aos poucos, a medicina vai tomando a dianteira na corrida contra a Covid-19.
“Não há dúvidas de que as vacinas, de forma geral, oferecerão uma saída [da pandemia]. E a cada dia que passa, você pode ver que a medicina está lentamente tomando a dianteira sobre a doença.”, disse Boris.