Autoridades do maior distrito escolar do estado norte-americano da Geórgia afirmaram que mais de 250 de seus funcionários testaram positivo ou foram expostos à Covid-19.
O “Atlanta Journal-Constitution” informa que os professores das escolas públicas do condado de Gwinnett começaram a ir pessoalmente às reuniões de planejamento para o retorno da rede às aulas, marcado para 12 de agosto.
O superintendente da rede de ensino local anunciou que todas as aulas serão ministradas on-line para os 180 mil estudantes do distrito nos arredores de Atlanta, a cidade mais importante do estado. Gwinnett é o segundo distrito mais populoso do estado tem quase 18 mil casos do novo coronavírus e 240 mortes.
Não há ainda anúncio sobre mudanças de planos após a identificação de casos.
Escola reabre nos EUA e fecha 1 dia depois por caso de coronavírus
Um dos primeiros distritos escolares dos Estados Unidos a reabrir suas portas durante a pandemia do novo coronavírus não demorou um dia para lidar com o problema enfrentado por todos os alunos e escolas: o que acontece quando alguém vai para a escola infetado?
No primeiro dia de aula, na última quinta-feira, uma ligação do departamento de saúde do condado notificou a escola de ensino médio Greenfield Central Junior, em Indiana, que um estudante que caminhava pelos corredores, e se sentava em várias salas de aula, tinha testado positivo para o coronavírus.
Os administradores iniciaram o protocolo de emergência, isolando o aluno e ordenando que todos que tiveram contato próximo, incluindo outros estudantes, entrassem em quarentena por 14 dias. Não está claro se o aluno infectou mais alguém.
A notícia causou surpresa em Harold E. Olin, superintendente da escola. “Ficamos muito chocados, pois era o primeiro dia”.
Para evitar o mesmo cenário, centenas de distritos escolares ao redor do país, que planejavam reabrir suas salas de aula, muitos em regime de meio período, recuaram nas últimas semanas, já que as infecções aumentaram em muitos estados.
Aqueles que reabrem se preparam para a probabilidade quase certa de quarentenas e desligamentos abruptos quando estudantes e equipe de funcionários das escolas testarem positivo para a doença. Flórida e Texas esperam abrir as salas de aula daqui a algumas semanas se as taxas de contaminação caírem, o que tem causado fortes objeções do sindicato dos professores.
Mais de 80% dos moradores da Califórnia vivem em condados onde as taxas de testes positivos e as hospitalizações são muito altas para que os prédios escolares sejam abertos de acordo com as regras divulgadas no mês passado. E escolas em Alexandria e Virgínia Informaram na sexta-feira, 31, que ministrariam aulas remotamente. Isso significa que toda a região metropolitana de Washington e Baltimore, com mais de um milhão de crianças, vai se submeter ao aprendizado virtual no outono.
Em março, quando as escolas fecharam abruptamente, parecia inimaginável que educadores e estudantes não retornassem para a escola no outono, como tem acontecido em outras partes do mundo. Agora, com o vírus ainda ativo, dezenas de milhões de estudantes começarão o ano remotamente, e ficou mais claro que apenas uma pequena porcentagem de crianças provavelmente verá o interior de um prédio escolar antes do fim do ano.
“Não há uma boa resposta”, disse Mark Henry, superintendente do Distrito Escolar Independente de Cypress-Fairbanks, perto de Houston, aos participantes de recente reunião extraordinária na qual houve a decisão de adiar a reabertura híbrida do distrito até setembro. “Se houvesse uma boa resposta, se houvesse uma resposta fácil”, disse ele, “nós colocaríamos isso para você e todos ficariam felizes.”
Em qualquer lugar em que as escolas reabrem – exceto uma parte do nordeste onde o vírus está largamente sob controle – é provável ver resultados positivos para a doença rapidamente, como ocorreu em Indiana.
Uma análise do The New York Times apurou que em muitos distritos do Cinturão do Sol – região dos Estados Unidos que compreende o sul e sudoeste do país – pelo menos 10 pessoas infectadas com o coronavírus seriam esperadas em uma escola com aproximadamente 500 estudantes e funcionários durante a primeira semana de aulas.
Para lidar com essa probabilidade, muitas escolas e alguns estados adotaram medidas de rastreamento de contato e protocolos de quarentena, com diferentes limites nos quais fechariam salas de aula ou prédios.
Em razão da baixa taxa de infecção local, a cidade de Nova York, o maior distrito do país, planeja reabrir as escolas em um modelo híbrido em 10 de setembro , com estudantes frequentando aulas presenciais de um a três dias por semana. No entanto, o sistema pode ser interrompido rapidamente se a taxa de infecção em toda a cidade aumentar, mesmo que modestamente.
Na última sexta-feira, o prefeito Bill de Blasio apresentou um plano de ação para casos positivos das unidades escolares – isso significaria que muitas das 1,8 mil escolas públicas da cidade, provavelmente, podem contar com salas de aula individuais ou até edifícios inteiros serão fechados em determinadas circunstâncias.
Um ou dois casos confirmados em uma única sala de aula, por exemplo, exigiriam o fechamento dessas classes por 14 dias, com todos os alunos e funcionários postos em quarentena. O resto da escola continuaria funcionando, mas se duas ou mais pessoas em diferentes salas de aula da mesma escola testassem positivo, o prédio inteiro seria fechado para uma investigação e não seria reaberto por duas semanas, dependendo dos resultados.
Na Califórnia, onde escolas em dois terços do estado têm sido impedidas de reabrir para aulas presenciais, por enquanto, diretrizes estaduais solicitam que uma escola feche por pelo menos 14 dias se mais de 5% de seus alunos e funcionários apresentarem resultados positivos por um período de duas semanas.
Chicago, o terceiro maior distrito escolar dos Estados Unidos, propôs um sistema híbrido de reabertura que colocaria os alunos em grupos de 15 membros que poderiam ser colocados em quarentena se um deles testar positivo. Prédios escolares devem ser fechados se a cidade tiver em média mais de 400 novos casos por semana ou 200 casos por dia, informa o plano, com outros fatores preocupantes, como baixa capacidade hospitalar ou um aumento repentino nos casos levados em consideração.
Em Indiana, onde um estudante do ensino médio deu positivo na última quinta-feira em Greenfield, um subúrbio de Indianápolis com 23 mil pessoas, o vírus começou a disparar em meados de junho, e o número de casos permaneceu relativamente alto. Nesta semana, Indianápolis optou por iniciar o ano escolar de forma online.
O sistema escolar em Greenfield, com oito escolas e 4,4 mil alunos, deu às famílias a opção de aprendizado presencial ou ensino remoto. Na Greenfield Central Junior, onde o aluno do ensino médio com o teste positivo frequenta, cerca de 15% dos 700 alunos matriculados optaram pelo aprendizado remoto, disse Olin, superintendente da região.
“Foi impressionante que nossas famílias quisessem que retornássemos”, disse ele, acrescentando que as famílias precisavam ser responsáveis e não enviar os alunos para a escola se estivessem apresentando sintomas ou aguardando resultados de testes. “Também é exigido que os alunos usem máscaras, exceto quando estão comendo ou fazendo educação física em área aberta”, disse – e até onde ele sabia, o aluno que testou positivo estava fazendo isso.
“Qualquer um que tenha ficado a menos de um metro e meio do aluno por mais de 15 minutos na última quinta-feira foi orientado a se isolar por duas semanas”, disse Olin. Ele não deu um número específico de pessoas que foram afetadas na escola, mas disse que nenhum professor ou integrante da equipe foi identificado como um contato próximo e, portanto, nenhum foi colocado em quarentena. *As informações são do Estadão e G1.