Cotação do DÓLAR hoje (22/08): Arcabouço fiscal derruba moeda

Cotação do DÓLAR hoje (22/08): Arcabouço fiscal derruba moeda

O dólar fechou a sessão desta terça-feira (22) em queda firme, refletindo os desdobramentos do arcabouço fiscal. O bom humor prevaleceu no pregão e a moeda norte-americana deu um alívio ao mercado de câmbio, após iniciar a semana em alta.

Na sessão de hoje, o dólar caiu 0,76% e fechou o dia cotado a R$ 4,94. Essa é a menor cotação da divisa desde o último dia 11 de agosto, quando a moeda encerrou o dia cotada a R$ 4,9035.

Com o acréscimo deste resultado, o dólar eliminou parte dos ganhos acumulados em agosto, e agora tem alta de 4,47% no mês. Por outro lado, a moeda acumula queda de 6,40% no ano.

Votação do novo arcabouço fiscal anima

Diferentemente do que aconteceu nos últimos dias, o que mais influenciou o mercado de câmbio nesta terça-feira (22) foi o cenário doméstico. Em resumo, os investidores ficaram atentos à Câmara dos Deputados, pois o deputado Cláudio Cajado, relator da proposta do novo arcabouço fiscal, afirmou que o projeto deverá ser votado em breve.

A saber, a nova regra fiscal é a principal aposta do governo Lula para equilibrar as contas públicas e diminuir e estabilizar a dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O mecanismo ficará no lugar do teto de gastos, atual regra que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior. Contudo, isso só acontecerá se o Congresso Nacional aprovar a proposta.

Cabe salientar que o novo arcabouço fiscal autoriza o aumento dos gastos acima da inflação, não mais limitado à taxa. Além disso, a nova regra fiscal também determina que o crescimento dos gastos ficará condicionado ao aumento da arrecadação federal.

Toda a movimentação em torno do novo arcabouço fiscal animou os investidores, ajudando a enfraquecer o dólar na sessão. Nas últimas semanas, a proposta acabou perdendo ritmo, preocupando o mercado e fortalecendo a moeda americana. No entanto, nesta terça-feira, os novos acontecimentos animaram o mercado, puxando o dólar para baixo.

Investidores ficam atentos à votação do novo arcabouço fiscal
Investidores ficam atentos à votação do novo arcabouço fiscal. Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil.

Estados Unidos e China seguem no radar

Nos Estados Unidos, a situação continua preocupante, e os analistas seguem atentos à economia norte-americana. Em julho, a inflação ao consumidor subiu menos que o esperado, e os analistas passaram a acreditar que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, poderia interromper a sequência de alta dos juros.

Entretanto, a ata da última reunião do Fed revelou que o banco central norte-americano ainda poderá elevar os juros no país. Em suma, quanto mais altos os juros, mais fraca tende a ficar a atividade econômica do país, pois os juros elevados reduzem o poder de compra do consumidor.

Como os EUA já estão enfrentando dificuldades para crescer com a taxa de juros atual, que é a maior das duas últimas décadas, o temor é que uma nova alta dos juros afete ainda mais a maior economia do planeta.

Toda essa desaceleração econômica está fazendo os investidores buscarem ativos mais seguros, como os títulos norte-americanos. Isso ajuda a fortalecer o dólar, ante divisas de países emergentes, como o real.

A situação da China também não é uma das melhores. Em síntese, a segunda maior economia do mundo está apresentando dados mais fracos que o esperado em 2023, frustrando o mercado, que esperava uma retomada mais forte do país asiático.

Aliás, muitos estavam contando com a força da China para impulsionar a economia global, visto que os Estados Unidos estão tendo muita dificuldade para crescer. Contudo, ambos os países estão enfrentando mais desafios que o previsto, e isso ajuda a fortalecer o dólar. Hoje, o cenário doméstico influenciou mais fortemente o mercado de câmbio, mas as dificuldades seguem significativas.

Ibovespa sobe pela segunda vez em agosto

Falta pouco mais de uma semana para o mês de agosto chegar ao fim, e a Bolsa de Valores Brasileira registrou apenas a segunda alta do mês. Em 16 pregões, o Ibovespa caiu em 14 deles. As únicas vezes que o indicador fechou em alta foi na última sexta-feira (18) e nesta terça-feira (22).

A propósito, o Ibovespa é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira. Na sessão de hoje, o indicador subiu 1,51%, a 116.156 pontos. Embora tenha caído em 14 pregões, o Ibovespa acumula uma queda de “apenas” 4,75% no mês, resultado considerado pouco significativo para tantas quedas assim.

Em 2023, o indicador ainda reserva ganhos de 5,85%, mostrando que o Ibovespa havia crescido expressivamente nos primeiros meses deste ano. Aliás, o percentual havia ultrapassado 11% no final de julho, mas chegou a cair para menos de 5% nos últimos dias.

No pregão de hoje, 73 das 85 ações listadas no Ibovespa subiram, evidenciando a disseminação das altas na sessão. A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 15 bilhões nesta sessão, valor bem menor que a média diária de agosto, de R$ 18,3 bilhões.

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