No pregão desta quarta-feira (6), o dólar avançou levemente em meio ao aumento das preocupações globais. A véspera do feriado da Independência do Brasil ficou marcada pelos temores dos investidores com o aumento da inflação em todo o mundo, e isso fortaleceu a moeda americana.
Em resumo, o dólar teve alta de 0,16% e fechou o dia cotado a R$ 4,9749. Esse é o patamar mais elevado da moeda americana desde o dia 17 de agosto, ou seja, em três semanas. À época, a divisa encerrou a sessão cotada a R$ 4,9813.
Com o acréscimo deste resultado, o dólar aumentou os ganhos acumulados em setembro, que chegaram a 0,66% no mês. No entanto, no acumulado de 2023, a divisa americana continua em queda (-5,59%).
Por falar nisso, o dólar chegou a registrar um tombo de mais de 11% no acumulado deste ano. Contudo, a moeda fechou agosto com ganhos firmes de 4,68%, eliminando uma parte significativa da queda acumulada nos meses anteriores.
Para setembro, as expectativas em relação ao dólar se mostram bastante divididas. Enquanto alguns analistas acreditam na queda da moeda, principalmente por causa do fortalecimento econômico do Brasil, outros apostam em mais um mês de ganho da divisa americana em relação ao real. Por enquanto, a divisa segue em alta, mesmo que levemente.
Nesta quarta-feira (6), o mercado continuou repercutindo os impactos que o barril de petróleo poderá causar no Brasil. Em suma, a cotação do barril chegou ao maior nível em dez meses, atingindo US$ 90 por barril, marca que havia sido atingida pela última vez em meados de novembro de 2022.
Desde a decretação da pandemia da covid-19, em março de 2020, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) vem cortando a sua produção de petróleo toda vez que a demanda global encolhe. O problema é que a entidade vem realizando mais cortes que o esperado, e isso preocupa o mundo.
Em suma, a Rússia e a Arábia Saudita iriam acabar com o corte da produção neste mês de setembro. Entretanto, os países decidiram postergar o corte até dezembro, e ainda há chances de novas decisões semelhantes, levando o corte de produção até o ano que vem.
Com a expectativa de uma produção mais limitada de petróleo, os preços do barril tendem a subir, assim como aconteceu ontem (5). Isso ligou o sinal de alerta nos investidores, pois os valores internacionais mais elevados pressionam a Petrobras a reajustar os preços dos combustíveis no Brasil.
Como estes itens impactam fortemente a inflação no país, o temor de uma nova aceleração da taxa inflacionária, que poderia impedir a queda dos juros no Brasil, fez os investidores buscarem ativos mais seguros, como os títulos norte-americanos, fortalecendo o dólar e enfraquecendo, principalmente, as divisas de países emergentes, como o real.
Na véspera (5), o dólar se fortaleceu com as preocupações vindas do exterior. Em resumo, o Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços da China recuou de 54,1 pontos em julho para 51,8 pontos em agosto.
O indicador reflete a percepção do mercado sobre a economia do país. Portanto, a queda do índice mostra que há mais pessimismo que otimismo entre o mercado.
Cabe salientar que o PMI pode variar entre 0 e 100 pontos. Enquanto taxas acima de 50 pontos refletem crescimento econômico, resultados inferiores a essa marca indicam contração da atividade econômica.
Em agosto, a economia chinesa continuava em crescimento, mas a desaceleração preocupou o mercado. Na verdade, o país asiático vem registrando taxas cada vez mais fracas em relação a sua atividade econômica.
Vale destacar que o mercado esperava que a China tivesse um papel importante na recuperação econômica global em 2023. Como os Estados Unidos estão com os maiores juros das últimas duas décadas, a economia americana vem apresentando um crescimento bem fraco neste ano.
Por isso, o mercado estava torcendo para que a China suprisse a ausência da maior economia mundial na recuperação do planeta. No entanto, os dados chineses mostram que as duas maiores economias globais estão enfrentando mais desafios que o esperado.
Agora, não há mais expectativas de crescimento significativo em nenhum dos dois países. Inclusive, ainda há risco de novas altas dos juros nos Estados Unidos. Caso isso realmente aconteça, a maior economia do mundo corre risco de sofrer uma nova recessão.