Na tarde desta quarta-feira (31), o Comitê de Política Monetária Nacional (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros Selic na casa dos 10,50% ao ano. Essa é uma notícia que certamente irritou o governo Lula, que queria uma redução desse patamar.
Mas como essa decisão impacta o seu bolso? De acordo com economistas, a taxa Selic impacta diretamente as Finanças do país. Especificamente nesse artigo, vamos explicar como a decisão do Banco Central impacta as pessoas que fazem parte do consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O consignado é uma espécie de empréstimo em que o cidadão solicita o crédito, e logo depois passa a pagar a quantia na forma de descontos mensais diretos na folha de pagamento. Assim, no caso do aposentado, ele passa a receber a aposentadoria com o abatimento todos os meses até conseguir pagar a quantia completa.
Por se tratar de um crédito em que a chance de pagamento é muito alta, normalmente ele conta com a taxa de juros mais baixa. E é justamente nesse ponto que a decisão do Banco Central tem impacto.
O atual ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT) vem dizendo que todas as vezes que a Selic for reduzida, o patamar dos juros máximos do consignado será reduzido também.
Como não houve uma redução da taxa Selic pelo BC essa semana, é provável que também não exista uma nova redução da taxa máxima de juros do consignado. Dessa forma, o mais provável é que o patamar siga na mesma casa.
Vale lembrar que já foram confirmadas oito quedas do teto máximo da taxa de juros do consignado desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou ao poder ainda no início do ano passado. A mais recente queda foi aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) ainda no último dia 24 de abril.
“Meu compromisso é com os 39 milhões de beneficiários da Previdência Social. Eles que me movem a manter esse debate”, afirmou o ministro Carlos Lupi. Abaixo, você pode conferir todas as quedas na taxa máxima de juros que foram efetuadas desde o ano de 2017.
Data da resolução do CNPS | Teto do empréstimo pessoal (em %) | Teto do cartão (em %) |
28/09/2017 | 2,08 | 3,06 |
17/03/2020 | 1,80 | 2,07 |
28/09/2021 | 2,14 | 3,06 |
13/03/2023 | 1,70 | 2,62 |
28/03/2023 | 1,97 | 2,89 |
17/08/2023 | 1,91 | 2,83 |
16/10/2023 | 1,84 | 2,73 |
04/12/2023 | 1,80 | 2,67 |
11/01/2024 | 1,76 | 2,61 |
04/03/2024 | 1,72 | 2,55 |
24/04/2024 | 1,68 | 2,49 |
24/05/2024 | 1,66 | 2,46 |
Note que entre os anos de 2017 e 2023 foram apenas três reduções no teto máximo da taxa de juros do consignado do INSS. Entre 2023 e 2024 já foram sete. Este movimento reflete a nova política adotada pelo Ministro da Fazenda, Carlos Lupi (PDT), que promete cada vez mais reduções.
É importante lembrar, no entanto, que os números acima funcionam apenas como um teto. Cada instituição financeira tem o poder de definir a sua própria taxa de juros, desde que não ultrapasse o limite estabelecido pelo CNPS.
Por isso, a grande dica para o segurado do INSS que deseja entrar com um consignado é pesquisar bem antes de definir com qual instituição vai fechar o contrato. Abaixo, você pode conferir um passo a passo para realizar esta consulta sem precisar sair de casa:
A dica de especialistas é pensar bem antes de solicitar um consignado. Entre outros pontos, o aposentado do INSS deve considerar se vale a pena antecipar este dinheiro, sempre considerando que a solicitação vai gerar uma redução temporária da sua aposentadoria.