Os consumidores que recebem o benefício da tarifa de energia elétrica social vão passar a ter a bandeira verde referente à conta de luz durante o próximo mês. Isso significa que não haverá um acréscimo no valor cobrado aos beneficiários.
A decisão foi tomada na última sexta-feira (25) pela Agência Nacional de Energia Elétrica e ficou definido que para os demais usuários irá continuar vigente a bandeira de escassez hídrica, com uma cobrança de R$ 14,20 para cada 100 kWh que forem consumidos.
De acordo com os cálculos do Governo Federal, esse valor extra foi necessário para cobrir os custos de energia, que ficaram mais caros em decorrência do período de escassez dos recursos hídricos no último ano. Somente uma coisa talvez os estadistas não tenham pensado: não seria a hora de rever uma redução na cobrança da bandeira para os próximos meses?
Acontece que em 2022 várias regiões estão passando por períodos com abundância de chuvas, o que está reabastecendo e em alguns casos até acima da média os reservatórios. Ainda assim, a princípio a Bandeira de Escassez Hídrica está confirmada até abril de 2022 pelo menos.
Para o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, se acredita que a bandeira de escassez hídrica vai deixar de ser aplicada a partir de abril. O mesmo ressaltou que a bandeira foi adicionada nos últimos meses para pagar o custo adicional da geração de energia.
A justificativa foi de que o país não tinha água para gerar as suas usinas hidrelétricas, por conta disso tiveram que contratar energia do exterior, sobretudo países vizinhos como Uruguai e Argentina. O Brasil também teve de gastar mais ao utilizar as usinas termelétricas, que acabam sendo mais caras por conta do petróleo, do óleo e até mesmo pelo gás.
Ainda assim, mesmo que a bandeira de escassez hídrica seja retirada nos próximos meses, os consumidores brasileiros vão continuar tendo de lidar com aumentos na conta de energia para os próximos meses, com uma alta na tarifa elétrica que poderá chegar a até 9% no final de 2022.
O reajuste médio das tarifas que teve uma alta esperada de até 21% no início do ano, deverá fechar o ano em 9%, provavelmente acompanhando a inflação. Como no momento a perspectiva para o IPCA em 2022 foi reduzida para 5%, é provável que a energia seja reajustada em pelo menos 10%, de praxe.
A projeção considera que será necessário um financiamento da ordem de R$ 15 bilhões, como está sendo aventado nos últimos meses. A expectativa é que o aumento da tarifa de energia elétrica deverá chegar no futuro, já que o empréstimo feito vai ser diluído na conta a ser paga pelo consumidor nos próximos anos.