No mês de dezembro, foi realizado um comparativo que apontou um aumento do consumo das famílias em 4,27% em relação ao mesmo mês em 2020, além de uma alta relevante de 22,47% no comparativo em novembro.
Os dados foram divulgados nesta última quinta-feira (10) através da Associação Brasileira de Supermercados. O setor havia projetado uma alta de 4,50% para o último ano, porém a estimativa acabou não se concretizando. Para este ano, se espera um crescimento de 2,8% no consumo geral das famílias.
Uma fala recente do vice-presidente da Abras, Marcio Milan, ainda no último ano, deu a entender que o mercado passou por uma série de instabilidades, com a ausência do Auxílio Emergencial que foi pago pelo Governo Federal durante alguns meses do ano, assim como a disparada da inflação e a queda de renda média.
Milan também disse que os resultados de janeiro não foram tão positivos e era exatamente isso o que era esperado, pois, este é um mês que historicamente não é marcado por bons resultados, ainda que ele tenha relatado que houve um pico nas vendas em janeiro de 2021, porém a projeção não foi mantida em janeiro de 2022.
Mesmo assim, o executivo destacou que existem alguns fatores positivos e que devem ser considerados ao longo deste ano, como a criação do Renda Brasil, assim como alguns sinais que dão o entendimento de que poderá haver uma queda de preços de acordo com o IPCA.
Falando sobre novos programas de renda para ajudar no consumo das famílias, o Governo Federal irá pagar ao longo do ano R$ 400 para as famílias que já estavam inscritas no Bolsa Família, o que marca um reajuste de 20% em relação ao pagamento anterior do programa.
Além disso, um outro benefício vai ser criado e terá validade mínima até o final do mandato de Jair Bolsonaro, que define que todos os benefícios sociais deverão ter pagamento mínimo de R$ 400.
Em tempos onde a inflação pressiona o poder de compra do brasileiro, desde os itens básicos de sobrevivência, como o exemplo do gás de cozinha que já está na casa dos R$ 100 em diversos estados do país, é difícil pensar no que se pode comprar com apenas R$ 40 por mês.
O preço do produto já caiu 16% em relação ao que estava sendo marcado nos supermercados ao longo de 2021, ainda que siga pelo menos 46% em relação aos níveis pré-pandemia.
O resultado para que as vendas desse produto tenha caído, está relacionado diretamente ao consumo geral das famílias e por conta disso até é possível ver em diversas regiões do país a sobra de arroz nos estoques. Uma das consequências é justamente a queda da renda média do brasileiro e que atrapalha nas vendas.