De acordo com um levantamento recente da Cogo, consultoria de inteligência em agronegócio, a população brasileira deve aumentar exponencialmente seu consumo de carne no ano que vem, batendo um novo recorde. A princípio, no ano de 2024, cada cidadão brasileiro deverá consumir cerca de 103 quilogramas do produto.
Todavia, a carne suína deve apresentar o maior crescimento, mesmo não ficando no topo do ranking entre os outros cortes. Segundo a pesquisa da Cogo, o total de 103 quilogramas do produto consumido durante o ano de 2024 é dividido basicamente em três itens, a carne bovina, a suína e a avina, ou seja, o frango.
Analogamente, é importante ressaltar que a carne suína, mesmo estando em terceiro lugar na lista dos produtos mais consumidos, é o corte que deverá apresentar o maior crescimento no ano que vem. Em relação às projeções para 2024, espera-se um consumo de cerca de 21 quilogramas por habitante.
Desse modo, o consumo de carne suína irá apresentar uma alta de 4% em comparação com o ano de 2023. O produto, vale dizer, já foi bastante relegado na mesa da população brasileira, mas atualmente, ele caiu no gosto da população. É preciso considerar os fatores que trouxeram esse cenário de mudança de consumo.
Consumo de carne
Ademais, essa alteração no consumo da família brasileira pode ser uma consequência direta da redução dos preços de diversos cortes, mas principalmente da carne suína. Podemos destacar também os inúmeros trabalhos relacionados ao marketing para a venda deste tipo de item, tornando o alimento mais chamativo.
Dessa maneira, Carlos Cogo, consultor de agronegócio, afirma que tem havido alguns programas de incentivo ao consumidor, através de diversas campanhas, que conseguiram alterar a percepção do público, com ótimos resultados. Para ele, foi preciso mudar como a população via a carne suína anteriormente.
O consultor diz que, “existia essa ideia de carne suja, pesada, de má digestão, de animais criados sujos. O corte suíno também foi modificado, as linhagens que foram desenvolvidas são de carne magra. Isso tudo foi lentamente trabalhado. Nos anos 2000, o consumo era de 10 ou 11 kg, de três anos pra cá passou dos 20 kg”.
Um outro fator preponderante que tornou possível um maior consumo de carne suína, foi o aumento da renda do trabalhador. Vale ressaltar que desde o ano de 2008, que a carne mais consumida no país é o frango. Para o ano que vem, as projeções apontam um consumo de cerca de 49,5 quilogramas por habitante.
Preços em queda
Em síntese, é importante destacar que houve uma redução exponencial no consumo de carne bovina, que é mais cara, em todo o país. O levantamento apresentado pela Cogo prevê um consumo para 2024, de 32,4 quilogramas por habitante. Mesmo com queda, os números de 2023 foram melhores que outros.
Uma das causas para esse cenário mais positivo é o aumento da renda da população e um recuo da inflação. Especialistas econômicos dizem que houve nos últimos dois anos uma maior restrição dos ganhos dos trabalhadores, mas que em 2023 a economia brasileira conseguiu se superar e crescer mais que o esperado.
A economia do Brasil se desenvolveu e possibilitou à população comprar mais carne que o habitual. Deve-se observar que houve um maior crescimento na oferta de carnes no mercado, causado principalmente, por uma maior procura da China pelo produto. Houve também um aprimoramento tecnológico relativo à sua produção.
momento em que o país asiático compra mais o produto, há uma valorização do mesmo no mercado interno. Isso aconteceu entre os anos de 2022 e 2023. Agora a carne suína tende a aparecer um pouco mais. Há, neste sentido, uma maior estabilidade da economia nacional, e o consumidor aproveita para comprar mais.
Carne na mesa do brasileiro
O estudo da Cogo projeta que no ano que vem haja um aumento no consumo da carne bovina. Entretanto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é um pouco menos otimista e prevê um recuo de 1% para o setor. Mesmo que isso se concretize, a queda será leve. Há um cenário de menor consumo no mundo todo.
Em conclusão, em 2006, o consumo médio de carne anual era maior do que os 40 quilogramas. Houve um aumento na compra do produto após o chamado “Plano Real”, quando aconteceu uma estabilização da moeda, e um crescimento da classe média. Por essas e outras razões, a população brasileira consumiu mais proteínas.