A Literatura da Informação, também conhecida como literatura dos viajantes ou dos cronistas, se refere aos documentos, aos relatórios e às cartas que levantavam informações relevantes sobre a nova terra que estava sendo descoberta, o Brasil.
Todos esses textos eram totalmente descritivos, com um valor literário pequeno, e tinham o objetivo maior de informar as riquezas encontradas no novo território.
Uma das principais características era a exaltação da terra que estava sendo descoberta e a sua exuberância era sempre descrita através de muitos adjetivos. Existia também alguns escritores que deixavam a realidade bem clara e transpareciam em seus textos algumas das dificuldades que as terras apresentavam.
Dos obstáculos retratados estavam os transtornos com a locomoção, o transporte, a comunicação e a orientação no local. Cada dia mais acentuavam-se o número de europeus que queriam viajar para as novas terras a fim de poder descrever o que elas possuíam.
Várias expedições foram formadas através de comerciantes e militares, com o intuito de conhecer melhor as características que tinha o território brasileiro. Entre as pessoas que se deslocaram para o Brasil a fim de noticiar como era a nova terra, estava Pero Vaz de Caminha, escrivão que acompanhou a armada de Pedro Álvares Cabral, em 1500.
Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta a El-Rei Dom Manuel falando do descobrimento do Brasil e esse escrito é tido como a primeira publicação brasileira e exemplo de Literatura da Informação.
Peculiaridades da Literatura da Informação
Segmentado no Quinhentismo, a Literatura da Informação possui características que são específicas dessa ramificação literária. Os textos produzidos nessa época eram conhecidos como crônicas de viagem. Tinham todos uma estética medieval e carregavam valores explícitos do Classicismo.
Eram escritos geralmente por comerciantes, militares e viajantes europeus, e a leitura era feita principalmente na Espanha e em Portugal. As pessoas que iam até o local para coletar informações são as que possivelmente queriam fazer do Brasil o ambiente onde pudessem encontrar e tirar sua fonte de renda. Por isso, a maioria dos relatos da Literatura da Informação contava com a opinião do escritor.
Outra particularidade dos textos da Literatura da Informação era a motivação para que os cofres portugueses também pudessem receber algum retorno financeiro com investimentos nas terras novas. Uma marca forte dessa gênero literário era a divisão entre prosa, poesia e teatro.
Escritores
A Literatura de Informação, que diz respeito às manifestações literárias que ocorreram no Brasil durante todo o século XVI, possui algumas pessoas que se destacaram através dos relatos feitos na época do descobrimento do Brasil.
Acompanhe abaixo alguns dos nomes que são considerados influentes nesse período da história brasileira:
Pero Vaz de Caminha: esse escritor foi um português que se dedicou a ser escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral, além de já ter ocupado o lugar de vereador no Porto, cidade de Portugal. Seu principal trabalho foi a carta que enviou para Dom Manuel contando sobre o descobrimento do Brasil. Nesse texto, Caminha utiliza da Literatura da Informação para passar a notícia.
Pero de Magalhães Gândavo: foi um historiador e cronista vindo de Portugal para poder relatar mais da história da terra que estava sendo descoberta. Suas obras que ganharam destaque tinham como título “Tratado da Terra do Brasil” e “Província do Brasil”. Nos dois livros, o autor fala dos aspectos da fauna, flora, animais e colonização.
Manuel da Nóbrega: era chefe da missão dos jesuítas que vieram para a América. Ele enviava cartas para os seus superiores e os assuntos contidos nela era sobre o Brasil colonial e o modo com os jesuítas do século XVI estavam trabalhando.
Existe um texto chamado “Diálogo sobre a conversão do gentio” que foi escrito pelo padre, considerado como a primeira obra escrita em forma de prosa em terras brasileiras e pertencente à Literatura da Informação.
Hans Staden: esse homem foi um aventureiro mercenário que veio da Alemanha para o Brasil duas vezes e aqui viveu histórias de combate e escravidão.
Hans escreveu um livro chamado “Duas Viagens ao Brasil”, também encontrado pelo nome de “História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens, Nus e Cruéis Comedores de Seres Humanos, Situada no Novo Mundo da América, Desconhecida antes e depois de Jesus Cristo nas Terras de Hessen até os Dois Últimos Anos, Visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, a Conheceu por Experiência Própria e agora a Traz a Público com essa Impressão”.
José de Anchieta: foi um sacerdote espanhol, atualmente reconhecido como santo da Igreja Católica, que também faz parte da Literatura da Informação. São José de Anchieta como é reconhecido atualmente, escreveu a primeira gramática da língua tupi e foi o primeiro dramaturgo, gramático e poeta vindo das Ilhas Canárias.
Gabriel Soares de Sousa: natural de Portugal, foi um agricultor, empresário, estudioso e historiado. Viveu no Brasil entre 1565 e 1569, exercendo a profissão de colono agrícola na Bahia.
O escritor produziu em 1587 o livro intitulado de “Notícia do Brasil”, mas que também era chamado de “Tratado Descritivo do Brasil”. Nele, está descrito o Estado que era da coroa de Portugal, além dos comentários sobre a fertilidade e costumes dos nativos brasileiros.
Fernão Cardim: era um jesuíta vindo de Portugal em 1583 e visitou regiões que hoje pertencem aos estados da Bahia, Pernambuco, Espirito Santo, rio de Janeiro e São Paulo.
Suas obras foram denominadas como “Tratados da Terra e da Gente do Brasil”. Apesar do pequeno tamanho, tem uma importância enorme diante dos relatos da realidade geográfica do o Brasil na época.
Quinhentismo
O Quinhentismo é o nome que se dava para os gêneros literários que aconteceram no Brasil durante o século XVI.
Os escritores que se destacaram nessa época não eram naturais do país. Eles relatavam sobre o que viam, bem como as ambições sobre a terra e o modo como os moradores se portavam e viviam.
A Literatura da Informação, que diz respeito ao decorrer do século XVI, é pertencente dessa ramificação literária. Todos os escritores desse ramo mandavam notícias do Brasil, que estava em processo de exploração, para aqueles que estavam em outros países.